Grupo católico organiza vigília para alertar para o aquecimento global

Um grupo católico de Lisboa organiza hoje uma vigília para alertar a sociedade para a crise climática, e dizer que sem ação se caminha para "um aquecimento global destruidor" das condições que o planeta tem oferecido à vida.

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Lusa
24/11/2023 07:48 ‧ 24/11/2023 por Lusa

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Clima

A uma semana do início de uma conferência da ONU sobre o clima no Dubai, a chamada COP28, a vigília de hoje tem como objetivo também pressionar os políticos para uma posição firme de Portugal na cimeira e vai decorrer junto da Igreja de Santa Isabel, em Lisboa, a partir das 18h30, para terminar na manhã de sábado.

Durante a noite as muitas associações que entretanto se juntaram à iniciativa do grupo católico "Cuidar da Casa Comum em Santa Isabel", vão participar em diálogos, ateliers, ou intervenções musicais e de poesia.

Jorge Wemans, membro do grupo "Cuidar da Casa Comum em Santa Isabel" e um dos organizadores da vigília, como tema "Salvar o Planeta, defender a vida", diz que a iniciativa ganha particular relevância porque a sociedade portuguesa tem estado muito silenciosa em relação ao que se vai passar na COP28.

"É verdade que a crise climática tem levado alguns grupos de jovens a agir, mas o seu foco não é especificamente a COP28", diz numa declaração à lusa, acrescentando que a iniciativa de hoje quer romper com o silêncio e "permitir uma reflexão ampla sobre a crise climática", visando sobretudo os acordos que terão de sair do Dubai.

Por isso, diz, será aprovada uma Declaração contendo os objetivos que os governantes portugueses presentes na COP28 devem fazer vingar, sendo certo que, ou na cimeira se tomam decisões corajosas e ambiciosas, sobretudo no âmbito da redução das emissões de gases com efeito de estufa, ou se caminhará "de forma irredutível para um aquecimento global destruidor" das condições que "o planeta tem oferecido à vida".

Além de várias organizações e associações participam na iniciativa em Lisboa uma dezena de líderes espirituais das diversas confissões religiosas.

Segundo Jorge Wemans, no Porto, à mesma hora, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima tem lugar uma iniciativa semelhante organizada pelo Metanoia -- Movimento Católico de Profissionais do Porto e pelo CREU-IL -- Centro de Encontro e Reflexão Universitário.

Ana Loureiro, que faz parte do grupo de Santa Isabel lembrou recentemente, em declarações à Lusa, que a encíclica "Laudato Si", publicada há oito anos pelo Papa Francisco, já era sobre o ambiente, e recordou a exortação apostólica "Laudate Deum", publicada em 04 de outubro, na qual o Papa diz que a emergência climática é uma evidência.

Mas a verdade, lamentou, é que as emissões não param de aumentar, que os países assumem compromissos de redução de emissões que não cumprem, e que antes de começar já há dúvidas sobre o sucesso da COP28, nomeadamente em relação ao apoio dos países mais ricos aos mais pobres, para fazerem face às alterações climáticas.

O Papa Francisco já anunciou que irá participar na COP28, sendo a primeira vez que um Papa participa numa cimeira do clima, um evento que se realiza desde 1995.

Os organizadores do encontro de hoje disseram esperar que iniciativas semelhantes aconteçam no país, em resposta aos apelos do Papa, até porque a vigília tem a colaboração da Rede Cuidar da Casa Comum, uma rede de instituições, organizações e movimentos da igreja católica e de outras igrejas cristãs, que tem como objetivo dar "eco à encíclica do Papa".

Leia Também: Grupo católico organiza vigília pelo ambiente a propósito da COP28

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