Sta Maria "está a abarrotar". Utente relata caos com "gente até à porta"
As urgências do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN), em Lisboa, atenderam, na sexta-feira, 470 casos, o número mais elevado desde o início de outubro.

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País Saúde
A situação nas urgências do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, está caótica devido à grande afluência desde a passada sexta-feira.
"Sexta, sábado e domingo não se podia aqui entrar. Tinha gente até à porta", relatou à SIC Notícias a filha de uma utente, que está à espera para ser internada - assim como outros doentes com pulseira laranja - desde sexta-feira, não havendo previsão de quando isso poderá acontecer.
Elisabete Mota reconheceu que o centro hospitalar "está a abarrotar" e que os profissionais de saúde "não podem fazer mais".
Na sexta-feira, só dois médicos e dois auxiliares asseguravam o funcionamento do serviço de urgência do hospital.
De recordar que a Urgência Central do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN), em Lisboa, atendeu, na sexta-feira, 470 casos, o número mais elevado desde o início de outubro, estando a passar por um período "extraordinariamente duro", disse o diretor.
De acordo com dados do CHULN, os 470 episódios de urgência atendidos correspondem a um aumento de 50% em relação ao mesmo dia da semana anterior.
"Estamos com algumas dificuldades. Tivemos um aumento muito grande da afluência no dia de ontem [sexta-feira]. Hoje mantemos uma afluência aumentada em relação a dias anteriores e sabemos que existem vários hospitais à volta que determinadas valências encerradas e é necessária uma coordenação muito grande", disse o diretor do serviço de urgência do Hospital Santa Maria, João Gouveia, à Lusa.
Em declarações à agência Lusa, o responsável disse que na região de Lisboa e Vale do Tejo "só há dois hospitais a dar resposta a algumas das valências mais exigentes", o que faz com que a situação seja, resumiu, "extraordinariamente dura".
"É necessário poupar e preservar estes hospitais", disse João Gouveia que aproveitou para apelar aos utentes para que recorram a meios alternativos à urgência em caso de doença não aguda ou grave.
Dezenas de hospitais do país estão a enfrentar constrangimentos e encerramentos temporários de serviços devido à dificuldade das administrações completarem as escalas de médicos, na sequência de mais de 2.500 médicos terem entregado escusas ao trabalho extraordinário, além das 150 horas anuais obrigatórias, em protesto após mais de 18 meses de negociações sindicais com o Governo.
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