"O novo centro de I&D [Investigação e Desenvolvimento] do Iscte vai concentrar mais de mil investigadores e centenas de projetos", avançou à Lusa o gabinete de imprensa do Iscte- Instituto Universitário de Lisboa, salientando "três grandes projetos de transferência de tecnologia e investigação interdisciplinar" que serão apresentados no dia de inauguração.

Os projetos são de áreas diversas e vão desde a partilha de dados de saúde na Europa, ao combate dos discursos de ódio 'online' ou ao uso de recursos digitais para articular iniciativas entre grupos sociais e municípios.

Por exemplo, os programas de investigação X-PAnDH e XShare pretendem revolucionar a partilha de dados de saúde em toda a Europa e terão os seus principais recursos sedeados no novo edifício do Iscte, que lidera o consórcio internacional X-PAnDH, que envolve mais de 25 entidades, é financiado pelo programa Horizonte Europa e pretende desenvolver um sistema interoperável de dados de saúde nos países da União Europeia.

O projeto XShare quer que os cidadãos europeus possam, muito em breve, controlar "a partilha dos seus dados clínicos entre instituições de saúde, nacionais ou internacionais, podendo tomar decisões caso a caso", explica o Iscte.

O kNOwHATE - Knowing Online HateSpeech é outro dos programas de investigação, que pretende combater o discurso de ódio 'online'. A ideia é criar mecanismos mais eficazes de deteção automática, que permitam intervenções mais rápidas sempre que o fenómeno se manifestar em redes sociais, órgãos de comunicação ou 'sites' institucionais.

O projeto kNowHATE é liderado por uma equipa interdisciplinar do Iscte, em colaboração com outras dez entidades nacionais e internacionais.

O Iscte salienta ainda, entre outros projetos, o "Ciência de Dados para as Desigualdades Ambientais", que irá cruzar as pesquisas de diferentes unidades de investigação do "Iscte -- Conhecimento e Inovação".

Neste caso, o objetivo é, através de recursos digitais, permitir a quem o deseje apresentar propostas de desenvolvimento sustentável em conjunto com grupos sociais ou municípios.

Para a reitora do Iscte, Maria de Lurdes Rodrigues, estes projetos, assim como "muitos outros que irão ser lançados e desenvolvidos, mostram o potencial de interface que o "Iscte -- Conhecimento e Inovação" possui para cruzar as áreas das engenharias, tecnologias e arquitetura com as ciências sociais e comportamentais, a economia e a gestão".

A reitora defendeu ainda que o centro que agora será inaugurado "é a concretização em Lisboa dos conceitos académicos, arquitetónicos e urbanísticos da 'Universidade sem muros', os quais promovem a interação da academia com o tecido social e económico envolvente".

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