Procurar

Câmara do Porto só permitirá novas obras do metro se resolvidos problemas

O executivo da Câmara do Porto aprovou hoje, por maioria, informar o Governo e a Metro do Porto de que não poderá haver nova empreitada na cidade se não forem resolvidos os constrangimentos nas atuais frentes de obra.

Câmara do Porto só permitirá novas obras do metro se resolvidos problemas

© Global Imagens

Lusa
06/11/2023 11:27 ‧ há 1 ano por Lusa

País

Porto

A recomendação, apresentada pelo presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, foi aprovada com a abstenção do Bloco de Esquerda (BE).

Aos vereadores, Rui Moreira disse que, apesar da discordância em torno da travessia, a linha Rubi é importante para a cidade, mas que "se não houver uma nova forma de abordagem relativamente às frentes de obra", o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) será perdido e serão provocados novos constrangimentos à mobilidade.

"Na linha Rubi, um dos constrangimentos que está previsto é a colocação de sapata na bomba de gasolina da 'Repsol'. Essa sapata, da forma que foi desenhada, vai interromper a linha do elétrico e sendo aquele o único ramal que acede a todo o resto da linha do elétrico, estamos a falar de ficar sem elétrico", avançou, destacando que o encerramento "enormes prejuízos" à Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).

"Temos muito respeito pela Metro [do Porto] e queremos muito que estas obras sejam feitas, [mas] tem de haver aqui uma avaliação por parte da Metro e dos projetistas dos impactos colaterais e isso não tem sido feito", considerou.

Na redação inicial, a proposta pretendia informar o Governo e a Metro do Porto de que a autarquia não iria conceder "quaisquer licenças para qualquer obra da linha Rubi que provoque alteração ou novos constrangimentos na mobilidade e nos métodos de transporte público existentes até que as obras da linha Rosa e do BRT ['metrobus'] estejam concluídas ou permitam os normais fluxos de mobilidade".

No entanto, o ponto em causa foi alterado por recomendação do PS, passando a proposta a visar que o Governo e a Metro coordenem a ocupação da via pública com a autarquia.

O executivo aprovou também que não poderá ser feita nova ocupação de obra na via pública "sem que se reduza a ocupação existente" e enquanto "não estiverem resolvidos os atuais constrangimentos nas atuais frentes de obra".

O executivo concordou também em pedir ao Governo uma avaliação do estado das obras em curso e uma auditoria à fiscalização e alterações de projeto, bem como às medidas de segurança implementadas nas várias frentes de obra.

Para o socialista Tiago Barbosa Ribeiro será encontrada uma solução "em diálogo" com a Metro do Porto, destacando que a linha Rubi é o maior investimento do Estado em mobilidade e que será algo que valorizará a cidade.

"Algo que vai ao osso da cidade de forma tão profunda, não se faz sem dificuldades, sem atrasos, sem complexidades e creio que aqui todas as entidades têm de ter uma posição de diálogo. Não há aqui propriamente uma entidade contra a outra, acho que estamos todos a procurar o melhor para a cidade", acrescentou.

Pelo PSD, o vereador Alberto Machado disse ser preciso um "correto planeamento" face à mobilidade já congestionada na cidade.

"Em 2001, recordo-me que chegou a surgir um cartaz político da juventude social-democrata que dizia qualquer coisa como 'O Porto não anda porque a câmara não se mexe', agora não é assim, agora é 'O Porto não anda porque a Metro não se mexe'", referiu.

Já a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, lamentou a "falta de coordenação" entre a autarquia e a Metro do Porto, destacando que tal prejudicou a mobilidade da cidade.

"Dever-se-ia ter tido uma posição muito mais forte na defesa dos interesses da cidade quando todo este processo se desenvolveu", considerou.

Pelo BE, a vereadora Maria Manuel Rola destacou que, à semelhança de outras empreitadas, as do Metro "não serão diferentes" relativamente ao cumprimento de prazos e defendeu a necessidade de instar a comissão de acompanhamento da Avaliação de Impacto Ambiental da linha Rubi a "fazer cumprir".

"Isto não pode funcionar sobre 'achismos', tem de haver uma participação concreta do município relativamente à consulta pública a dizer que isto não é possível", disse, referindo-se ao Relatório de Conformidade Ambiental.

O presidente da Câmara do Porto reúne hoje com o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, e com a administração da Metro do Porto.

[Notícia atualizada às 15h23]

Leia Também: Contrato para construir Linha Rubi do Metro do Porto formalizado

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com

Recomendados para si

Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

IMPLICA EM ACEITAÇÃO DOS TERMOS & CONDIÇÕES E POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Mais lidas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10