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Julgamento do caso EDP vai parar uma semana. Audições serão repetidas

A sessão de sexta-feira do julgamento do Caso EDP foi anulada e os trabalhos só vão ser retomados no dia 10, tendo a presidente do coletivo de juízes decidido repetir as audições das testemunhas ouvidas nas últimas três sessões.

Julgamento do caso EDP vai parar uma semana. Audições serão repetidas
Notícias ao Minuto

17:48 - 02/11/23 por Lusa

País Caso EDP

Segundo o despacho de hoje do tribunal, tendo em conta a "extensão e a complexidade dos autos", as sessões de audiência de julgamento para os dias 03, 06, 07 e 09 de novembro ficam sem efeito para que a juíza que vai substituir Margarida Ramos Natário no coletivo possa "preparar o processo".

O despacho, a que a Lusa teve acesso, determina igualmente a repetição das audições das testemunhas ouvidas nas sessões nos dias 24, 30 e 31 de outubro, ou seja, as audiências realizadas após o pedido de escusa da juíza-adjunta. A Relação de Lisboa decidiu na terça-feira afastar Margarida Ramos Natário, ao reconhecer que as "atuais circunstâncias" em torno da magistrada podiam gerar desconfiança na comunidade sobre a sua imparcialidade.

A interrupção e a repetição das inquirições das testemunhas Rui Silveira, Joaquim Goes, Carlos Andrade, Maria Vilar, Manuel Espírito Santo Silva, Carlos Beirão da Veiga e Carlos Cortez devem-se ao afastamento da juíza-adjunta, após notícias de que tinha sido casada com António Miguel Natário Rio Tinto, que desempenhou diferentes cargos em diversas entidades do GES e que teria recebido 1,2 milhões de euros através da sociedade ES Enterprises, considerado o 'saco azul' do GES.

O incidente de escusa foi anunciado por Margarida Ramos Natário em 23 de outubro. De seguida, a juíza-presidente, Ana Paula Rosa, esclareceu que o processo tinha "natureza urgente" e que, por isso, os trabalhos do tribunal iriam prosseguir, admitindo que uma eventual repetição das sessões após o pedido de escusa era um risco que o tribunal ia correr.

No despacho de hoje, a magistrada justifica a repetição das inquirições com o que está previsto no Código de Processo Penal, ao citar que os atos processuais efetuados após o incidente de escusa "só são válidos se não puderem ser repetidos utilmente e se se verificar que deles não resulta prejuízo para a justiça da decisão do processo".

Entretanto, a juíza Ema Vasconcelos deverá assumir no julgamento o lugar da juíza-adjunta e que tal só não ocorrerá se for comunicado algum impedimento.

Segundo explicaram à Lusa fontes judiciais, a substituição legal de Margarida Ramos Natário por Ema Vasconcelos decorre de "regulamentação pré-estabelecida", uma vez que a primeira magistrada ocupa a posição de juiz 9 no Juízo Central Criminal de Lisboa e a segunda está colocada como juiz 10, ocupando assim a vaga originada pelo afastamento.

Manuel Pinho, em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, é acusado de corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal.

A mulher do ex-ministro, Alexandra Pinho, está a ser julgada por branqueamento e fraude fiscal - em coautoria material com o marido -, enquanto o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, responde por corrupção ativa para ato ilícito, corrupção ativa e branqueamento.

[Notícia atualizada às 20h12]

Leia Também: Ema Vasconcelos deverá assumir lugar da magistrada afastada pela Relação

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