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"Enguia fantasma" avistada pela primeira vez em Portugal (e há vídeo)

O MARE revela que a espécie com mais de um metro de comprimento "é um predador noturno conhecido pela caça de emboscada de pequenos peixes e crustáceos".

"Enguia fantasma" avistada pela primeira vez em Portugal (e há vídeo)
Notícias ao Minuto

14:05 - 23/10/23 por Notícias ao Minuto

País Porto Covo

Durante um mergulho noturno em Porto Covo, Sines, distrito de Setúbal, um cientista do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Universidade de Coimbra observou (e filmou) uma espécie de enguia do indo-pacífico (Pseudechidna brummeri) "nunca antes avistada no Atlântico".

Em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, o MARE revela que a espécie com mais de um metro de comprimento "é um predador noturno conhecido pela caça de emboscada de pequenos peixes e crustáceos".

"Sem registos no Atlântico para além deste primeiro aparecimento em águas nacionais, os cientistas perguntam-se, agora, como chegou a esta zona e que medidas de prevenção se podem tomar para evitar a chegada de outros exemplares", lê-se ainda, na nota.

De acordo com o MARE, a enguia vulgarmente conhecida como moreia de Brummer, enguia de fita branca ou enguia fantasma "é uma espécie bastante comum em locais como o Pacífico Ocidental, o Oceano Índico e o Oceano Índico Ocidental, ou seja, todos muito distantes do local onde agora foi encontrada". "Quando foi avistada, encontrava-se a uma profundidade de 1 a 2 metros, junto ao porto de pesca de Porto Covo", deu conta ainda.

Durante um mergulho noturno, o investigador Joaquim Parrinha filmou a enguia, enviando, de seguida, o registo à sua coordenadora, Sónia Seixas, que não teve dúvidas na sua identificação. "Esta espécie tem a particularidade de se enrolar de um modo muito específico parecendo uma 'tira de papel'. O exemplar observado estava bem ativo e aparentava uma boa condição física", salientou.

"Pode ter vindo na água de balastro (água do mar que o navio usa para estabilizar e permitir uma boa navegação, que é inserida numa zona e largada noutra, consoante a carga que transporta), ou por intermédio da aquariofilia, uma vez que se vende na Europa como espécie ornamental para aquários de água salgada", explicou Sónia Seixas.

Devido à localização onde foi encontrada, o MARE acredita mais na primeira opção, "até pela proximidade do Porto de Sines".

Para validar esta descoberta, escreveram, em conjunto, um artigo científico que submeteram à revista científica Marine Pollution Bulletin. A descoberta já foi confirmada por pares independentes selecionados por este órgão de referência, que a publicou online.

Tratando-se de uma espécie exótica, caso não seja um indivíduo único, os investigadores do MARE ponderam a necessidade de lançar uma campanha de monitorização e estão, também, a estudar medidas para prevenir o aparecimento de outros exemplares. "No entanto, e sendo a espécie ativa de noite, não nos parece que seja um problema para os banhistas nas praias", conclui a Sónia Seixas.

Veja o vídeo na galeria acima.

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