Na sequência do ataque ao ministro das Finanças, Fernando Medina, na tarde desta sexta-feira, o Presidente da República reagiu, dizendo que "este tipo de iniciativas é muito pouco eficaz".
"Eu sou, como sabem, um defensor da liberdade, acho que é que este tipo de iniciativas - se o objetivo é atacar e criticar a política ambiental portuguesa - é muito pouco efetivo e eficaz", começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas, ressalvando que grande parte dos países do mundo não têm a mesma preocupação com a ação ambiental que tem Portugal.
"Tenho visto em reuniões internacionais e tomara a maioria esmagadora dos países do mundo estarem tão preocupados quanto estão os portugueses todos e têm estado os governantes de direita e de esquerda, relativamente ao fim de dependências energéticas do passado", salientou.
Os movimentos pelo clima, recorde-se, têm realizado várias ações ao longo do tempo. Além de parar o trânsito em várias ocasiões ou invadirem várias iniciativas, também já tinham atacado o ministro do Ambiente e da Ação Climática Duarte Cordeiro com tinta durante a CNN Portugal Summit, no final do mês passado.
"A repetição retira-lhes depois o efeito surpresa. [A ação] não é efetiva porque para dar passos que estão a ser dados há outras maneiras de luta ou de proposta crítica a fazer e a repetição, a primeira, segunda, terceira vez dir-se-á que tem o efeito surpresa. À 10.ª vez já não tem", considerou ainda Marcelo.
O chefe de Estado afirmou que estas ações deviam conquistar os portugueses e a opinião pública, explicando-lhes os benefícios das energias renováveis.
"Às tantas é visto como uma manifestação legítima de um grupo, que não cola a realidade. O que é preciso em Portugal é que a grande maioria dos portugueses esteja de acordo com a mudança na energia e isso significa conquistá-los" com uma explicação, acrescentou.
De recordar que o ministro das Finanças, Fernando Medina, foi atingido com tinta verde numa ação de protesto pelo clima, esta sexta-feira, enquanto apresentava pormenores sobre o Orçamento do Estado de 2024, numa aula aberta na Faculdade de Direito de Lisboa. Pelo menos cinco jovens foram contidos e retirados pela Polícia de Segurança Pública (PSP).
"Sem futuro não há paz", disseram os jovens ativistas, que atingiram o tutelar da pasta das Finanças no início da sua intervenção.
Os jovens foram retirados pelas autoridades, enquanto o responsável prosseguia o seu discurso, mesmo com a camisa e casaco manchados.
Pode ver o vídeo do momento, aqui.
Ameaça? "Não houve um agravamento da minha segurança"
Sobre a ameaça de morte que recebeu, Marcelo comentou que não alterou os procedimentos da sua segurança pessoal e que a Polícia Judiciária "tem o papel de investigar tudo o que considera ter risco em termos de segurança".
"Não houve um agravamento da minha segurança por causa desse episódio, mas respeito a opinião de quem trata dessas matérias e, por isso, não vou comentar a posição do Ministério Público", acrescentou.
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