Miguel Sousa Tavares comentou, esta quinta-feira, as posições e as manifestações que o movimento Climáximo tem realizado em Lisboa - de chamada de atenção para as questões do clima - que levaram já ao corte de várias vias da capital e até a atirarem tinta ao ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, ou a cobrirem de vermelho um quadro de Pablo Picasso exposto no Centro Cultural de Belém.
"Não me revejo nas posições todas [do grupo], revejo-me no despertar de consciências que estão a fazer. Acho que eles se estão a bater pelo futuro dos nossos filhos, pelo futuro dos nossos netos, pelo futuro das gerações que vêm a seguir", disse o comentador no seu espaço '5.ª Coluna', na CNN Portugal.
Sousa Tavares, que afirmou pertencer "a uma geração que é altamente responsável pelo estado de degradação ambiental em que está o planeta", não deixa "de concordar" com esta postura do Climáximo. "É claro que as ações deles chocam, incomodam, mas quando tens uma greve ela também incomoda - e se não não tem efeitos", asseverou.
Até acho que mereço levar com uma lata de tinta
Sublinhando que o grupo "ainda não chegou à violência física" - e instado a comentar sobre o momento em que membros do Climáximo atiraram tinta ao ministro Duarte Cordeiro -, Miguel Sousa Tavares foi taxativo: "Não me importo de levar com uma lata de tinta se isso ajudar a chamar as consciências, até acho que mereço levar com uma lata de tinta porque, de facto, a minha geração é altamente responsável pelo estado a que chegámos".
Apesar de tudo, o ex-jornalista aconselhou o movimento "a tomar outro tipo de ações" e a "apostar em outro tipo de coisas", porque "não vão salvar o planeta a partir de Portugal". Deviam, sim, na opinião de Sousa Tavares, concentrar-se nos "problemas de Portugal" - revendo "os métodos e os objetivos".
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