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"Autoridades entenderam que deveria seguir diretamente para o hotel"

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que seria "lamentável" se se confirmar que o tiroteio na noite desta segunda-feira em Bruxelas teve motivações terroristas. Presidente da República ia ver jogo de futebol da seleção nacional em café português, mas teve de voltar ao hotel.

"Autoridades entenderam que deveria seguir diretamente para o hotel"
Notícias ao Minuto

20:37 - 16/10/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República confirmou, esta segunda-feira, a existência de "uma situação" que coincidia com o jogo que está a realizar-se em Bruxelas - onde se encontra - entre a Bélgica e a Suécia, em que houve violência e a morte violenta de dois suecos".

Marcelo Rebelo de Sousa admitiu, citado pela CNN Portugal, que pretendia ver o jogo da seleção nacional portuguesa frente à Bósnia e Herzegovina, no âmbito da qualificação para o Euro'2024, num "estabelecimento comercial português", com cidadãos portugueses, mas "as autoridades competentes entenderam que deveria seguir para o hotel".

"E eu naturalmente respeitei. Como se trata de segurança num país estrangeiro, o chefe de Estado visitante não se pode permitir entrar em colisão com as indicações de segurança", continuou o Presidente da República, após ter tido um jantar privado com o rei Filipe da Bélgica.

Marcelo Rebelo de Sousa, falando sobre o acontecimento, admitiu que o suspeito "invocou, de facto, um fator religioso, associável a um problema que teria havido, e que recordamos, na Suécia, há não muitos meses", o que "deu uma caracterização que está a ser estudada pelas autoridades".

Referia-se o chefe de Estado aos polémicos protestos levados a cabo na Suécia, este verão, em que foram queimadas cópias do Corão, fazendo aumentar a tensão entre Estocolmo e o mundo árabe.

"É prematuro nesta altura estabelecer uma ligação entre isso e aquilo que está a ser vivido no Médio Oriente. Parece ser mais uma questão anterior, que aparece agora, neste momento, por um facto muito simples, pela oportunidade que este desafio de futebol acabou por criar objetivamente para esta situação, que lamento", continuou Marcelo Rebelo de Sousa, fazendo alusão à escalada de violência vivida entre Israel e o Hamas.

O Presidente da República anunciou que já lamentou o incidente junto dos reis dos Belgas. "É lamentável se se vier a apurar que é, realmente, um gesto terrorista", asseverou.

Interrogado se este ataque em Bruxelas poderá estar ligado à situação no Médio Oriente, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que se deve "separar as duas coisas", reiterando, em nome de Portugal "a condenação muito frontal do ataque terrorista" do Hamas contra Israel de 7 de outubro e "a preocupação com as vítimas dos dois lados".

Entretanto, a Presidência da República publicou uma nota no seu site oficial referindo que, na sequência do ataque, Marcelo Rebelo de Sousa "exprimiu a sua solidariedade ao Rei Philippe dos Belgas e ao Rei Carlos Gustavo, da Suécia" e condenou "o ataque desta noite em Bruxelas, que vitimou inocentes cidadãos suecos.  

Marcelo Rebelo de Sousa encontra-se na Bélgica para uma visita oficial de Estado, que começou na terça-feira, quando foi recebido pelos reis da Bélgica e pelo primeiro-ministro do país. "Amanhã o programa é o que é, está previsto, seja o que seja. Portanto, vamos seguir, em princípio, todo o programa que estava previsto, que começa de manhã na parte mais oficial e depois continua durante três dias", esclareceu.

Um tiroteio na noite desta segunda-feira, em Bruxelas, resultou na morte de dois cidadãos suecos. O suspeito está em fuga.

O incidente aconteceu momentos antes do pontapé de saída, no Estádio Rei Balduíno, a apenas 5 quilómetros do local do tiroteio, no confronto entre a seleção nacional da Suécia e a Bélgica para a qualificação para o Euro'2024.

O jogo entre a Bélgica e a Suécia foi suspenso após os jogadores da seleção sueca recusarem regressar ao relvado após o intervalo em jogo da fase de qualificação para o Euro'2024.

União Europeia deve agir com "unidade" e "rapidez"

O Presidente da República comentou também a reunião por videoconferência do Conselho Europeu que acontecerá na terça-feira, e que será "muito importante", numa altura em que a Europa e o mundo estão a "defrontar uma mudança na balança de poderes".

"Não queria ligar aquilo que aconteceu hoje, e que parece muito relacionado com um episódio ocorrido na Suécia há uns meses largos, com a situação que se vive no Médio Oriente. Agora, é evidente que é muito importante a reunião de amanhã, porque significa que a União Europeia (UE) tem aqui um papel muito significativo, e tem atuado em domínios de política externa, como por exemplo na Ucrânia, com unidade, ultrapassando diversidades", continuou Marcelo Rebelo de Sousa, pedindo que a Europa atue, no Médio Oriente, também, com "a capacidade de prever, antecipar e influenciar, tanto quanto é possível, aquilo que se possa vir a passar".

"A UE tem aqui mais um desafio difícil, mas importante, num momento em que o mundo, por causa da guerra na Ucrânia, está a defrontar uma mudança na balança de poderes e em que em muitos casos é a UE e só a UE que pode desempenhar um papel importante, mais do que outros poderes, ou em conjunto com outros poderes do mundo", disse o chefe de Estado, repetindo o pedido: "Atuar em unidade, com rapidez, com antecipação e com capacidade de previsão dos acontecimentos."

Marcelo Rebelo de Sousa disse encarar "com uma grande esperança e como prioritária" a sua visita de Estado à Bélgica, com passagens pelas três regiões do país, que "corresponde à retribuição" da visita que os reis Philippe e Mathilde realizaram a Portugal em 2018.

De acordo com o Presidente da República, "obviamente, a Ucrânia, por um lado, e o que se passa no Médio Oriente, por outro", serão abordadas nesta visita de três dias, em que será recebido não só pelos reis, mas também pelo primeiro-ministro belga e no Parlamento Federal.

No plano bilateral, o chefe de Estado realçou que "a Bélgica é hoje um país muito importante na economia portuguesa, nos últimos dez anos converteu-se num dois oito países mais importantes em termos comerciais para Portugal".

[Notícia atualizada às 22h43]

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