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Ex-administrador do BPP preso para cumprir pena de seis anos de prisão

Detenção ocorreu em Setúbal.

Ex-administrador do BPP preso para cumprir pena de seis anos de prisão
Notícias ao Minuto

10:06 - 30/09/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

País BPP

Fernando Lima, ex-administrador do Banco Privado Português (BPP), foi detido, na sexta-feira à noite, para cumprimento de seis anos de prisão por abuso de confiança, branqueamento e fraude fiscal, segundo confirmou o Notícias ao Minuto junto de fonte oficial da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Em comunicado, a PSP do Comando Distrital de Setúbal já havia confirmado a detenção, pelas 20h50 de sexta-feira, de um homem de 53 anos, em execução de um mandado de detenção para cumprimento de seis anos de prisão efetiva, no âmbito de um "processo transitado em julgado, que decorreu trâmites no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa – Juízo Central Criminal de Lisboa, no qual o arguido fora condenado pela prática de crimes de abuso de confiança, branqueamento e fraude fiscal”.

Fonte da PSP confirmou que o detido é Fernando Lima e que a detenção foi levada a cabo pela Polícia Judiciária de Setúbal. 

Ao que o Notícias ao Minuto apurou, Fernando Lima foi entregue ao Estabelecimento Prisional de Setúbal.

Fernando Lima é assim o segundo ex-administrador do BPP a ser detido, depois de Paulo Guichard.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, começou com a crise financeira de 2008 e culminou em 2010, já depois do caso do Banco Português de Negócios (BPN) e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.

Apesar da pequena dimensão do banco, a falência do BPP lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado, tendo ainda tido importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira.

O tribunal deu como provado que os arguidos João Rendeiro, Fezas Vital, Paulo Guichard e Fernando Lima retiraram 31,28 milhões de euros para a sua esfera pessoal, dos quais mais de 28 milhões foram retirados entre 2005 e 2008: João Rendeiro retirou do banco para si próprio 13,61 milhões de euros, Salvador Fezas Vital 7,77 milhões de euros, António Paulo Guichard 7,70 milhões de euros e Fernando Lima 2,19 milhões de euros.

Em maio de 2021, Fernando Lima foi condenado pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa a uma pena efetiva de seis anos de prisão efetiva por abuso de confiança, branqueamento e fraude fiscal, A pena decidida em primeira instância foi confirmada em fevereiro de 2022 pela Relação de Lisboa e o Tribunal Constitucional recusou o último recurso de Fernando Lima em julho deste ano.

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