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"Terei muito para dizer acerca desta decisão, mas não será hoje o dia"

O 'hacker' foi condenado a quatro anos de prisão com pena suspensa pelos crimes de extorsão na forma tentada, acesso ilegítimo e violação de correspondência agravada.

"Terei muito para dizer acerca desta decisão, mas não será hoje o dia"

Foram cerca de três anos desde o início do julgamento do processo Football Leaks. Esta segunda-feira, Rui Pinto foi condenado a quatro anos de prisão com pena suspensa e já reagiu, referindo que "terei muito para dizer acerca desta decisão, mas não será hoje o dia".

"Ouvi atentamente o resumo da sentença hoje proferida, e naturalmente há coisas que concordo, coisas que discordo, coisas pertinentes e coisas descabidas. Terei muito para dizer acerca desta decisão, mas não será hoje o dia. É um capítulo que se encerra, e a luta continuará", afirmou Rui Pinto numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

O advogado Francisco Teixeira da Mota, que representa Rui Pinto, falou à saída do tribunal e já tinha afirmado que "há partes [do acórdão] que concordamos e partes com que não concordamos".

"Rui Pinto não contava ser absolvido naturalmente, porque ele próprio tinha assumido ter cometido ilegalidades e tinha mostrado o seu arrependimento. O que ele esperava é que fosse tido em conta o serviço público que prestou e creio que esta decisão reconhece a existência de um serviço público", declarou Francisco Teixeira da Mota.

De recordar que, dos 90 crimes que pendiam sobre si, Rui Pinto foi condenado por nove, nomeadamente um crime de extorsão na forma tentada, cinco de acesso ilegítimo, e três de violação de correspondência agravada, de acordo com a CNN Portugal, que avançou ainda que o hacker foi condenado a quatro anos de prisão com pena suspensa. 

O pirata informático foi, contudo, absolvido do crime de sabotagem informática por falta de provas, além de ter sido perdoado de 68 crimes de acesso indevido e de 11 crimes de violação de correspondência pela lei da amnistia, imposta pela visita do Papa Francisco a Portugal.

O mesmo meio adiantou que o tribunal considerou resultar de forma "clara e cristalina" que Aníbal Pinto tinha conhecimento do plano do 'hacker' na tentativa de extorsão à Doyen Sports, bem como que o informático era o mentor do Football Leaks e a única pessoa com acesso à informação retirada ao fundo.

O acórdão coloca um ponto final neste julgamento, mas Rui Pinto já sabe que vai continuar em tribunal, na sequência de uma nova acusação do Ministério Público (MP) conhecida em julho. Ao criador do Football Leaks foram agora imputados 377 crimes relacionados o acesso aos emails do Benfica e de outros clubes, Liga, empresas, advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.

Rui Pinto, de 34 anos, foi acusado de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto de 2020, "devido à sua colaboração" com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu "sentido crítico", mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

Leia Também: Ex-CEO da Doyen diz que pena de Rui Pinto "podia ter sido mais severa"

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