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Politécnico de Castelo Branco defende abrótea da Gardunha da extinção

Investigadores do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) que estudam, há anos, a abrótea da Gardunha constataram que há vários fatores que contribuem para a extinção da planta e apresentam medidas para a sua sustentabilidade.

Politécnico de Castelo Branco defende abrótea da Gardunha da extinção
Notícias ao Minuto

10:29 - 18/08/23 por Lusa

País IPCB

A Asphodelus bento-rainhae subsp. bento-rainhae, conhecida por abrótea portuguesa, integra a Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental como planta "em perigo crítico de extinção".

"Embora se preveja que a vegetação do Mediterrâneo venha a sofrer com as alterações climáticas, a equipa do IPCB constatou serem outros os fatores passíveis de contribuir para a extinção da abrótea no seu ambiente natural", refere, em comunicado, esta instituição de ensino superior público de Castelo Branco.

A planta é um endemismo regional circunscrito à vertente norte da serra da Gardunha, no distrito de Castelo Branco, em particular no subcoberto de castinçais e carvalhais e respetivas orlas arbustivas e herbáceas, mas também em áreas de pomar ou taludes e orlas de caminhos.

Segundo os investigadores, devido à evolução no uso do solo, "o seu habitat tem vindo a diminuir e a fragmentar-se, maioritariamente em resultado quer do aumento da área de cerejal sujeita à aplicação de herbicidas, quer dos incêndios recorrentes de grandes dimensões que potenciam a expansão de espécies invasoras e a reconversão dos bosques caducifólios em povoamentos florestais de pinheiro".

Ao longo dos últimos anos, um grupo de investigadores da Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESACB) tem realizado diversos estudos sobre a conservação da biodiversidade das comunidades de abrótea da Gardunha.

Este trabalho é feito ao abrigo do programa integrado de investigação científica e desenvolvimento Cultivar, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional, através do Programa Operacional Regional Centro 2020, Portugal 2020.

"Neste trabalho foram tidos em conta parâmetros como a área, a distribuição atual e o nível de abundância da subespécie lusitana da Asphodelus bento-rainhae, a que se somam a análise genética de populações ou as diversas formas de propagação", refere o IPCB.

Adianta ainda que o trabalho dos investigadores da ESACB Alice Maria Almeida, Fernanda Delgado, Natália Roque, Maria Margarida Ribeiro e Paulo Fernandez "indica várias medidas para promover a sustentabilidade económica do cerejal, favorecendo em simultâneo a conservação e a gestão do habitat da planta em risco e da comunidade vegetal que a integra".

O estudo desenvolvido pelos cinco investigadores serviu de base ao artigo "Multitemporal land use and cover analysis coupled with climatic change scenarios to protect the endangered taxon Asphodelus bento-rainhae subsp. bento-rainhae", recentemente publicado na revista científica internacional Plants.

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