O bispo Rui Valério agradeceu a nomeação para patriarca de Lisboa, anunciada, esta quinta-feira, pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
"Obrigado, Lisboa, capital da juventude e cidade da esperança, por teres iluminado de alegria o céu do mundo e fortalecido de amor o coração de todos os que acreditam na Vida. Para sempre os teus dias serão Jornadas de encontro e a tua história de horizontes onde todos têm lugar", começa por escrever numa mensagem deixada na página do Patriarcado de Lisboa.
Na nota, o bispo, que substituirá D. Manuel Clemente como patriarca de Lisboa, refere que há "apenas três sentimentos que tomam" o seu coração "na circunstância do chamamento deste pobre e humilde servo do Senhor para Patriarca de Lisboa".
Ao longo do texto, Rui Valério, que tomará posse a 2 de setembro, aponta que o primeiro sentimento de que fala está "contido" nas palavras temor e tremor. "A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para este humilde servo e, embora conhecendo a dimensão e natureza dos seus limites, o chamou à grandiosa missão de servir a Igreja de Lisboa. Uma Barca imensa repleta de vida, de serviço, de santidade e de história missionária… uma grandiosidade a contrastar com a pequenez dos meus remos", justifica.
O responsável sublinha que está ciente do seu "temor e tremor", mas que "por amor a Cristo e à sua Igreja" segue neste seu novo cargo. "[...] digo com Nossa Senhora 'Sim, faça-se segundo a Vossa Palavra'".
Rui Valério fala ainda sobre a sua intenção de escutar. "Aqui, em Lisboa, Deus falou e tocou o coração e a vida da nossa amada Igreja, na qual estão todos e todos dela fazem parte. Estamos convocados a escutar-nos reciprocamente, permanecendo e caminhando juntos, ao bom jeito de sinodalidade, para escutar a voz de Deus na Palavra que Ele dirigiu a cada um de nós", refere na nota, garantindo que a escuta é "ponto estruturante" do "programa".
Antes de agradecer a vários nomes mais conhecidos, como D. Joaquim Mendes e D. Américo Aguiar, fala ainda sobre o 3.º sentimento: alegria no serviço. "Na presença do Senhor, de quem recebeu o maravilhoso dom da esperança e da vida nova e o mandato missionário de o levar aos recantos mais escondidos da interioridade de cada um de nós, bem como aos quatro cantos do mundo inteiro, a Igreja de Lisboa estará à altura da confiança que Cristo Jesus uma vez mais lhe confiou", escreveu.
Na parte final do texto, D. Rui Valério dirige-se ainda às vítimas dos abusos sexuais na Igreja, tema que também foi abordado pelo Papa Francisco na semana passada, durante a Jornada Mundial da Juventude. "Saúdo os irmãos e irmãs vítimas de abusos por membros da Igreja, meus irmãos; partilho da vossa dor e, juntos, vamos prosseguir, com esperança, no caminho da cura total do vosso e nosso sofrimento, da tolerância zero", rematou.
Leia aqui a mensagem na íntegra.
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