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Presidente desmaiou. Tudo o que se sabe sobre a "indisposição" de Marcelo

Apesar do rápido desmaio em Almada, o médico da Presidência, que conhece Marcelo desde criança, deixa claro que o Presidente da República nunca vai considerar abrandar. "É assim, sempre foi assim e assim será", afirmou.

Presidente desmaiou. Tudo o que se sabe sobre a "indisposição" de Marcelo

Praticamente cinco anos depois do Presidente da República ter desmaiado no Santuário do Bom Jesus, em Braga, Marcelo Rebelo de Sousa, voltou a sofrer o impacto do calor de verão, e de uma agenda muito atarefada, tendo desmaiado, esta quarta-feira à tarde, durante uma visita à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no polo na Costa da Caparica.

Marcelo saiu do hospital ao final da tarde e falou aos jornalistas dando conta de se sentir "muito melhor". "Não costumo almoçar, tomei o que tomo normalmente, a cerimónia deu-se bem, foi muito restrita, e antes da parte dois discursos tinham proposto um brinde com moscatel", começou por contar o Presidente, que diz ter recusado o brinde antes dos discursos, acabando por beber depois. Terá sido a mistura do copo, quente, com uma bebida nutricional, Fortimel, que provocou a indisposição.

"Foi uma quebra de tensão repentina. Afastei-me do grupo, estava rodeado de muita gente. Foi muito curto", acrescentou. Revelando o conteúdo da sua chamada com António Costa, ironizou: "Ainda não é desta que morro"

O primeiro-ministro e o seu médico vincaram o seu "bom humor" e referiram a elevada carga de trabalho a que o chefe de Estado se sujeita.

A "indisposição"

Às 15h45, conforme foi confirmado pela Presidência da República ao Notícias ao Minuto, Marcelo sentiu uma "indisposição" após a cerimónia. Cerca de 20 minutos depois, deu entrada no Hospital de Santa Cruz, em Oeiras.

Após uns momentos de espera, o diretor do serviço de Cardiologia do centro hospitalar, Miguel Mendes, garantiu que Marcelo estava "muito bem, normal e na plena posse das suas capacidades". Revelando ainda que o chefe de Estado esteve apenas alguns segundos inconsciente e que a situação foi considerada "benigna" pela equipa médica, sendo "explicada pela meteorologia e a cerimónia em que estava envolvido".

Os exames realizados ao Presidente da República apontaram para resultados positivos e "normais para este tipo de circunstâncias, nada de extraordinário". "Está de bom humor, boa disposição, raciocínio super claro, igual à pessoa que conhecemos", vincou o diretor clínico.

A alta hospitalar foi dada ainda ao final da tarde, mas as suas participações do dia foram todas canceladas, com o chefe da Casa Civil, Fernando Frutuoso de Melo, a explicar que o chefe de Estado gravou vídeos a partir do hospital para os eventos onde estava previsto aparecer.

"Há pessoas que ganham energia em movimento e o Presidente é certamente o caso"

Antes sequer de ser eleito em 2016, a agenda frenética de Marcelo Rebelo de Sousa era já bem conhecida, sabendo-se que o seu dia contém muitas leituras, muitos comentários e, talvez mais importante em termos clínicos, pouquíssimas horas de sono. E essa agenda só se intensificou com a Presidência.

Durante os esclarecimentos aos jornalistas, Fernando Frutuoso de Melo referiu que as causas para o desmaio terão sido provavelmente "o calor, a agenda pesada e provavelmente não tinha almoçado"

O médico da Presidência, Daniel de Matos, que é o médico pessoal de todos os Presidentes da República desde Mário Soares e que conhece Marcelo desde os 11 anos, quando os dois andavam no liceu, deixou claro que, apesar da sua grande proximidade com o mesmo, não logrará em reduzir a sua carga de trabalho.

"Não há nada a fazer, reconheço a minha incompetência em conseguir fardar a hiperatividade do Presidente. É assim, sempre foi assim e assim será", disse.

Também António Costa mostrou-se pouco preocupado com o incidente, após ter conversado com Marcelo por telefone. Para o primeiro-ministro, pedir ao Presidente que abrande o ritmo é "um conselho inútil". "Há pessoas que ganham energia em movimento e o Presidente da República é certamente o caso", vincou.

Luís Montenegro, líder da oposição, também comentou a agenda "preenchida e intensa" do Presidente, aproveitando para desejar as melhoras após o "susto".

Antecedentes clínicos durante seis anos de Presidência

O desmaio em Braga foi talvez a indisposição mais mediática dos dois mandatos. O caso ocorreu em 26 de junho de 2018, no alto do Santuário de Bom Jesus do Monte, no topo de Braga, quando Marcelo Rebelo de Sousa desmaiou após uma queda de tensão num dia de grande calor.

Na altura, o chefe de Estado foi transportado por seguranças para um hotel no terreno do Santuário, e acabou por ser levado por precaução para o Hospital de Braga para ser observado. O episódio teceu semelhanças à altura em que Cavaco Silva desmaiou na Guarda, durante o discurso do dia 10 de Junho, sendo amparado em direto por quem o rodeava.

Marcelo foi alvo de uma série de cirurgias enquanto Presidente. A primeira surgiu a 28 de dezembro de 2017, poucos dias depois do Natal, tendo sido operado de urgência a uma hérnia umbilical estrangulada.

Em 2019, o Presidente da República deslocou-se também ao Hospital de Santa Cruz, para ser operado a um cateterismo cardíaco, que correu sem complicações e gerou declarações de confiança por parte de Marcelo.

Já no final de 2021, depois de uma série de exames cardíacos, foi novamente operado a duas hérnias inguinais no Hospital das Forças Armadas, outra intervenção rápida que decorreu com normalidade.

[Notícia atualizada às 20h34]

Leia Também: Exames a Marcelo são positivos: "Está em plena posse das capacidades"

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