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Centenas de pessoas concentram-se em Lisboa por uma casa para morar

Algumas centenas de pessoas estão hoje concentradas no Largo de Camões, em Lisboa, pelo direito à habitação, exigindo "uma casa para morar", num protesto organizado por uma plataforma da sociedade civil.

Centenas de pessoas concentram-se em Lisboa por uma casa para morar
Notícias ao Minuto

19:17 - 22/06/23 por Lusa

País Habitação

Com grandes faixas e ao som de tambores, os manifestantes recorreram a frases de ordem como "Baixem as rendas, aumentem os salários", "Casas para morar, não para especular" ou "Queremos casa, a habitação é um direito da Constituição".

Esta concentração foi convocada pela plataforma "Casa para Viver", que reúne mais de 100 organizações e coletivos.

Pelas 19:00, tomavam a palavra representantes de algumas dessas organizações, ao mesmo tempo que se ouviam testemunhos de mulheres com bebés de colo despejadas no Bairro do Talude, no concelho de Loures

No local, estiveram deputados do BE e do PCP, em solidariedade com a plataforma que convocou a concentração e que foi responsável por levar às ruas de várias cidades do país, em 01 de abril, vários milhares de pessoas em protesto contra a crise na habitação.

"É indispensável que o poder político, o Governo e a Assembleia da República ouçam este clamor", disse o deputado Bruno Dias, do PCP, dizendo que "os contributos" do movimento encontram tradução nas propostas comunistas.

Em declarações aos jornalistas, Mariana Mortágua, deputada e coordenadora do BE, frisou que "estes protestos fazem a diferença".

Hoje, "a habitação é hoje, para a maior parte das pessoas, uma impossibilidade", assinalou.

"Temos um problema sério", frisou, falando nos jovens que "vivem com colegas, em casa dos pais, dividem casa", a quem o Governo tem respondido com "promessas vazias".

Sobre o Programa Mais Habitação, a deputada não vê "vontade política" do Governo para acolher alguma das 16 propostas de alteração que o BE apresentou na discussão na especialidade.

O BE defende que é preciso limitar o valor das rendas, aplicando tetos máximos, e obrigar os bancos a renegociar os créditos à habitação.

"O Governo não tem nenhuma medida eficaz para lidar com a crise da habitação", avalia a coordenadora bloquista.

O deputado Bruno Dias considera que a solução passa por uma "rutura de políticas", que "estabeleça a habitação como um direito e não como uma mercadoria num mercado especulativo".

Para o PCP, é preciso "extinguir o balcão dos despejos" e defender os direitos dos inquilinos em "processos desumanos" de despejo e de não renovação de contratos de arrendamento.

"O preço das casas não para de aumentar, as taxas de juro não param de aumentar, as rendas não param de aumentar e não param de ser expulsas dos seus bairros e das suas cidades as pessoas que dão vida à cidade e ao país", lamentou.

Maria Valente, da associação Chão das Lutas, recordou que hoje foi o dia em que a Assembleia República começou o processo legislativo, na especialidade, do Programa Mais Habitação, proposto pelo Governo.

Por isso, a plataforma entregou hoje aos grupos parlamentares uma carta com "propostas concretas", considerando que o pacote de medidas do Governo "não responde aos problemas da população".

Depois da manifestação de 1 de abril seguiu-se uma concentração para "voltar a motivar as pessoas para esta luta pelo direito à habitação", disse.

"Continuamos na luta e estamos aqui para sermos ouvidos", sublinhou, apontando que a crise continua em trajetória ascendente e sente-se "na pele e na carteira".

Miguel Nunes, do Referendo pela Habitação, frisou a importância de representar "as pessoas que estão a sofrer e não podem estar" na concentração.

A cidade precisa de ser "salva pelo poder popular", reivindica, assinalando que "a crise continua a piorar, porque o Governo apresenta propostas que não são suficientes e não respondem ao imediato" do problema da habitação.

[Notícia atualizada às 20h41]

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