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"A democracia é mais difícil do que a ditadura, porque vive do diálogo"

O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, assinalou hoje perante o Presidente do Senegal, Macky Sall, dificuldades e desafios da democracia, referindo que esta implica o respeito pelos direitos humanos e pluralismo, diálogo e tolerância.

"A democracia é mais difícil do que a ditadura, porque vive do diálogo"
Notícias ao Minuto

14:01 - 20/06/23 por Lusa

País Presidente da República

Marcelo Rebelo de Sousa falava no Palácio de Belém, em Lisboa, onde recebeu Macky Sall, que iniciou hoje uma visita de Estado a Portugal.

"É muito importante haver democracia aqui em Portugal e democracia entre vós no Senegal. É difícil, certamente. A democracia é mais difícil do que a ditadura, porque ela respeita os direitos humanos, respeita o pluralismo, porque ela vive do diálogo e da tolerância", afirmou o Presidente português.

Falando em francês, com o Presidente do Senegal ao seu lado, Marcelo Rebelo de Sousa prosseguiu: "Porque ela não se faz só da democracia política ou pessoal, mas da democracia económica e social, da justiça social, ao mesmo tempo, do combate a tudo o que é assimétrico e desigual na vida das pessoas".

"E hoje em dia com o que chamamos por vezes de populismos, o que chamamos por vezes de movimentos inorgânicos, de novas realidades para além das realidades clássicas, há desafios que são novos para as democracias, sobretudo, falando da democracia mediática, com os antigos media e os novos media", apontou.

"Então, isso aproxima-nos, esta visão", acrescentou.

Na sua intervenção, que antecedeu a do seu homólogo senegalês, o Presidente português qualificou como excelentes as relações bilaterais e considerou que Portugal e o Senegal partilham "a mesma visão essencial do mundo".

Marcelo Rebelo de Sousa saudou o papel de Macky Sall na missão africana para a paz entre Rússia e Ucrânia -- composta por representantes de sete países africanos que recentemente se reuniram com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Kiev, e depois com o Presidente russo, Vladimir Putin, em São Petersburgo.

Antes, o Presidente português fez questão de referir que essa guerra foi "causada pela invasão da Federação Russa, e com o sofrimento do povo ucraniano".

"Mas nunca perdemos a preocupação de trabalhar pela paz, e é por isso que sublinho a importância do vosso papel na missão africana, uma missão de bons ofícios, falando de realidades tão importantes como a crise alimentar, a crise económica e financeira, a crise que atravessa outros continentes", declarou.

"Eu sublinho este papel que mostra a vossa importância em África e em todo o mundo", reforçou.

No plano bilateral, Marcelo Rebelo de Sousa mencionou que há "48 mil senegaleses a aprender português", que Portugal e o Senegal cooperam em setores como a defesa, educação, saúde, e destacou a "cooperação económica muito, muito, muito forte", com "o turismo a aumentar e o comércio a aumentar".

"É o Estado com quem temos maior cooperação em termos de desenvolvimento fora dos estados de língua portuguesa", realçou.

O chefe de Estado português manifestou-se convicto de que o relacionamento entre os dois países se vai aprofundar ainda mais com esta visita de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que Portugal e o Senegal também cooperam em missões internacionais de paz e trocam apoios no que respeita ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Sabemos a importância do vosso papel no centro da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), da União Africana, o vosso papel essencial na África Ocidental. As relações fraternais com Cabo Verde e a Guiné-Bissau", disse.

Nesta ocasião, o Presidente português voltou a defender que a Europa deve estabelecer "uma ligação profunda" com África, "empática, mas efetiva", na procura de condições para um desenvolvimento sustentável.

Os dois chefes de Estado fizeram uma declaração cada um perante a comunicação social, após as quais não houve direito a perguntas por parte dos jornalistas.

Em abril de 2017, Marcelo Rebelo de Sousa realizou uma visita de Estado de dois dias ao Senegal, a primeira de um Presidente português desde o 25 de Abril de 1974, concentrada na capital, Dacar.

[Notícia atualizada às 15h04]

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