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Açores. Proteção Civil, Forças Armadas e centro de vigilância agraciados

A Proteção Civil, o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica e o Comando Operacional dos Açores receberam hoje condecorações do Presidente da República pela resposta dada à crise sismovulcânica de São Jorge, em 2022.

Açores. Proteção Civil, Forças Armadas e centro de vigilância agraciados
Notícias ao Minuto

15:33 - 10/06/23 por Lusa

País 10 Junho

"Com estas distinções, o senhor Presidente da República pretendeu decerto pôr em relevo não só a importância que aquelas entidades têm no apoio às populações em situação de catástrofe, mas também a sua contribuição para a tranquilidade e bem-estar das populações e para a coesão da região", afirmou o Representante da República para a Região Autónoma dos Açores, Pedro Catarino, nas comemorações do Dia de Portugal, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

O Comando Operacional dos Açores (COA) foi condecorado com a Medalha de Ouro de Serviços Distintos, na Praça Velha, em Angra do Heroísmo, numa cerimónia em que estiveram presentes as forças dos três ramos das Forças Armadas.

Já no Solar da Madre de Deus, sede do gabinete do Representante da República, foram impostas insígnias de membro honorário da Ordem de Mérito ao Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) e ao Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).

Pedro Catarino justificou a atribuição das condecorações com o "notável desempenho" das três entidades face à crise sismovulcânica que "durante mais de seis meses assolou a ilha de São Jorge", alegando que contribuíram "com a sua ação para a tranquilidade das populações afetadas".

O presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, que recebeu a condecoração em nome da Proteção Civil açoriana, expressou "reconhecimento e gratidão por todo o esforço que foi feito" pelos profissionais distinguidos e por outros que também tiveram um papel importante na crise, como profissionais de saúde, de segurança ou de assistência social.

"Com muitas ou poucas capacidades instaladas, o planeamento, o treino, o reconhecimento da gravidade pela prevenção foi essencial para uma boa projeção de meios em tempo recorde na ilha de São Jorge e com uma coordenação fantástica com todas as instituições", salientou.

Bolieiro destacou ainda o papel "fundamental" da Proteção Civil municipal das Velas, "que não se apresentou à espera, liderou, coordenou e co-coordenou igualmente num trabalho muito importante".

O comandante do COA, Luís Morgado Baptista, manifestou "orgulho e satisfação" pela distinção, recordando o "enorme desafio" da missão em São Jorge, que começou logo no início da crise com o transporte de elementos do CIVISA para a ilha, com o apoio da Força Aérea.

Luís Morgado Baptista destacou o envolvimento de todas as capacidades das Forças Armadas nos Açores e o papel importante no "reconhecimentos e identificação de locais de evacuação", com recurso a drones.

"Aprendemos muito, todos nós, quer a estrutura militar, quer o COA, quer os comandos de zona dos três ramos das Forças Armadas aqui sedeados, no aperfeiçoamento dos nosso procedimentos de coordenação, mas robustecemos muito a nossa ligação com o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores", frisou.

Para o presidente do CIVISA, Rui Marques, foi uma "honra" receber uma "distinção nacional" pelo trabalho desenvolvido em São Jorge, que ainda não terminou.

"A crise sismovulcânica de São Jorge é uma crise que continua ainda nos dias de hoje. Em média têm 10 sismos por dia e ter 10 sismos por dia em qualquer uma das 50 zonas sismogénicas dos Açores não é uma situação normal", explicou.

Rui Marques destacou a adoção de uma atuação diferente, com a "projeção de forças antes do acontecimento", para "tentar antecipar uma ocorrência", admitindo, que a falta de hábito deste tipo de atuação possa ter provocado alguma "estranheza" e "apreensão" na população.

Desde 19 de março de 2022, foram registados mais de 57.400 sismos de baixa magnitude e origem tectónica na ilha de São Jorge, dos quais cerca de 350 sentidos pela população.

O evento mais energético ocorreu em 29 de março de 2022, às 21:56 locais (22:56 em Lisboa), com uma magnitude de 3,8 na escala de Richter.

O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores elevou o nível de alerta vulcânico na ilha de São Jorge para V4, equivalente a ameaça de erupção, em 23 de março de 2022, baixando-o para V3 (sistema ativo sem iminência de erupção), em 08 de junho de 2022.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou a ilha duas vezes, durante o período em que esteve em alerta V4, no final de março e em meados de abril de 2022.

Leia Também: Representante da República para os Açores apela ao combate ao "populismo"

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