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"Legado inesquecível": As reações à morte do livreiro José Pinho

O criador da Ler Devagar morreu na terça-feira, aos 69 anos.

"Legado inesquecível": As reações à morte do livreiro José Pinho
Notícias ao Minuto

08:52 - 31/05/23 por José Miguel Pires com Lusa

País José Pinho

Multiplicaram-se, vindas de todos os setores políticos, as homenagens ao livreiro José Pinho, criador da Ler Devagar, que morreu na terça-feira, aos 69 anos.

Na manhã desta quarta-feira, o Presidente da República enalteceu: "Em qualquer época, mas sobretudo numa época em que a cultura do livro enfrenta sérios desafios, a existência de livreiros esclarecidos, inventivos e combativos é essencial. E poucos livreiros o foram em tão alto grau, e com um lado saudavelmente aventureiro, lúdico, sedutor, como José Pinho."

Numa mensagem oficial publicada na página da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "era impossível encontrá-lo sem que nos contasse mais um projeto, projetos sempre muito ambiciosos mas, no fim de contas, realizáveis".

"O desaparecimento de José Pinho, afável e estoico mesmo na doença, representa a perda de um dos melhores amigos dos livros e da leitura em Portugal. Que o seu exemplo possa ser prosseguido e favorecido. À família de José Pinho envio os meus sentidos pêsames", concluiu o Presidente da República.

Também o presidente da Assembleia da República recordou, numa mensagem no Twitter, o "livreiro e fundador de festivais literários", que "deixa um legado inesquecível, quer em Óbidos, quer no país e na CPLP".

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) saudou "com emoção", também no Twitter, "o homem que não deixou desaparecer a Livraria Ferin, que fundou a icónica Ler Devagar, criou o ReLI e o Centro Cultural e Social do Bairro Alto e que levou mais longe a nossa literatura através do Lisboa 5L".

"A cidade e os lisboetas estão-lhe profundamente agradecidos por tudo o que fez e que, ainda há bem pouco tempo, me levou com muita honra a atribuir-lhe a Medalha de Mérito Cultural da CML", concluiu Carlos Moedas. 

Já de madrugada, o vereador do PCP João Ferreira recorreu à mesma rede social para recordar José Pinho, que "entre o muito que fez, na promoção da leitura e dos livros", deu forma "a uma proposta do PCP que a CML fez sua deliberação: a da criação de um festival literário na cidade, o 5L".

Da Esquerda veio também a saudação de Francisco Louçã, antigo dirigente e fundador do Bloco de Esquerda, que recordou "um grande homem da cultura, um combatente pela liberdade e pelos livros". Louçã lamentou "uma perda para quem tem a curiosidade de saber", de "um amigo, camarada e combatente infatigável".

Por sua vez, o deputado único do Livre Rui Tavares lamentou, no Twitter: "Que perda grande a deste homem que inventava livrarias e fez em Portugal algumas das mais belas do mundo. Enorme exemplo foi e continuará a ser José Pinho. Que nunca o esqueçamos."

Outras homenagens também foram feitas, nomeadamente do ministro da Cultura. e do ministro da Economia e do Mar.

António Costa Silva, lamentou hoje a morte do livreiro José Pinho, aos 69 anos, que recordou como uma "figura incontornável" do turismo cultural. 

"O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, lamenta a morte de José Pinho, figura incontornável da cultura e do turismo cultural nacional", lê-se num comunicado do executivo.

António Costa Silva disse ainda que, "de forma criativa e audaz", José Pinho apostou no livro como um instrumento para o desenvolvimento cultural e artístico.

"Numa altura em que nascem e se desenvolvem roteiros e produtos turísticos ligados à literatura, José Pinho foi um visionário na forma como o livro, a literatura e a cultura podem ser um motor de desenvolvimento e mudança na sociedade do conhecimento", destacou, apresentando condolências aos respetivos familiares e amigos.

O livreiro José Pinho, fundador da Ler Devagar, morreu na terça-feira, aos 69 anos, no Hospital CUF, em Lisboa, vítima de doença oncológica, confirmou à Lusa fonte da família.

Nascido em 1953, em São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, o nome de José Pinho fica para sempre ligado ao livro em Portugal, tendo fundado o festival Folio, em Óbidos, o Latitudes, no mesmo concelho, e estado na criação da Rede de Livrarias Independentes (RELI), entre muitas outras ações de divulgação e promoção da literatura.

Também diretor do Festival Internacional de Literatura e Língua Portuguesa 5L, em Lisboa, foi este mês agraciado com a medalha de mérito cultural pela Câmara Municipal da capital, por ser considerado "uma personalidade ímpar da cidade".

As cerimónias fúnebres de José Pinho vão acontecer na quinta e na sexta-feira, em Lisboa.

[Notícia atualizada às 14h08]

Leia Também: "Nome incontornável da Cultura". CML lamenta morte de José Pinho

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