Estudantes encheram baixa do Porto no Cortejo da Queima das Fitas

Milhares de estudantes do ensino superior encheram hoje a Baixa do Porto para participarem no tradicional Cortejo Académico da Queima das Fitas, onde a alegria e as bengaladas nas cartolas fizeram a festa.

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Lusa
09/05/2023 18:31 ‧ 09/05/2023 por Lusa

País

Porto

As três pancadas da praxe tradicional, dadas com uma bengala especial nas cartolas coloridas dos estudantes finalistas, são ouvidas de todos os lados da Trindade, junto à Rua Camões, e debaixo do Viaduto de Gonçalo Cristóvão, porque é dali que o cortejo académico da Queima das Fitas do Porto parte até aos Aliados.

Os milhares de estudantes aglomeram-se para tirar fotografias e para receber bengaladas e abraços de felicidades dos colegas.

Natacha Alves, finalista do curso de Medicina e que deseja ser cardiologista ou pediatra, contava à agência Lusa que estava a chorar, porque a sua mãe lhe deu um abraço e lhe disse que tinha muito orgulho nela.

"Desejou me toda a felicidade e eu não contive a emoção", conta, explicando que fazer o curso com uma pandemia pelo meio foi "difícil", principalmente por causa da componente mais prática que obrigava a estar no hospital e que a covid-19 veio limitar as aulas práticas.

"As aulas 'online', porém, podíamos ver quando quiséssemos, dava para pôr em pausa e tirar apontamentos. Isso foi bom", acrescentou.

Francisca Mendes, 23 anos e estudante finalista de Medicina, confessa que ainda não sabe qual a especialidade que vai tirar, mas garante que em qualquer uma vai ser muito feliz.

Questionada sobre o que foi mais difícil no curso com a pandemia da covid-19, Francisca explica que manter a motivação foi o truque para "não desistir".

Eu apanhei a pandemia mesmo a meio do curso e foi uma altura muito má, mas agora tudo compensa. A parte prática no hospital foi muito mais difícil e o retomar à normalidade foi muito difícil, recorda, assumindo que está muito feliz e "sem palavras" para descrever o que sente ao participar no cortejo académico da Queima do Porto.

Enquanto esperavam debaixo no Viaduto de Gonçalo Cristóvão, alguns estudantes ensaiavam a 'Balada da Despedida', 'Amores de Estudante' ou 'Ondas do Douro', como era o caso de Henrique Castro, 20 anos, estudante de engenharia eletrotécnica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

"Eu gostava de ser engenheiro, estou a meio do curso, vamos lá a ver se termino a tempo para pôr a minha avó orgulhosa e o resto da minha família orgulhosa", revela Henrique, reconhecendo que os dois anos de pandemia foram complicados, porque apanhou o ano de caloiro (1º ano).

Hoje no Cortejo Henrique estava emocionado.

"Estes momentos fazem-me perceber que existem momentos bons na vida e devo aproveitar e na verdade, se calhar, ainda bem que tive a pandemia para realmente aproveitar este cortejo".

Enquanto apanhava com as bengaladas das colegas, Pedro, 22 anos, no mestrado em Finanças na Faculdade de Economia do Porto e membro do Orfeão Universitário do Porto, conta que as maiores dificuldades durante o curso foi a interrupção das atividades presenciais por causa da covid-19.

"Não só as aulas, mas todo o convívio que vem por acréscimo na academia e na vida de faculdade foi cancelado, e isso para nós foi muito difícil".

O estudante de finanças considera que as pessoas que entraram após a pandemia se estão a envolver mais nas atividades académicas. "Nota-se uma grande energia e um grande envolvimento. Estou muito feliz", concluiu.

Numa faixa de cerca de dois metros de comprimento, que estava pendurada no Viaduto Gonçalo Cristóvão, podia ler-se a frase "Faculdade de Medicina é mais antiga que a Universidade do Porto" e, ao lado, outra frase onde se lia "Rejubilando por ti, ICBAS".

Em baixo do viaduto, Maria Inês Carvalho, 22 anos, a terminar o mestrado em comunicação e gestão de industrias criativas na Faculdade de Letras do Porto, traz uma guitarra ao peito e revela que foi complicado estudar durante a pandemia.

"Tudo feito por 'zoom' (plataforma digital para comunicar em tempo real), foi um bocadinho mais complicado, mas acho que se conseguiu resolver", Maria Inês, que integra também o Órfão do Porto, e que salienta que participar na vida académica é uma das melhores formas de "completar o percurso académico".

"É ai que se fazem novas experiências, é ai que se fazem as melhores amizades, é aí que ganhamos outras capacidades e 'soft skills' para o nosso futuro e é sem dúvida necessário", assegura a finalista de Letras, considerando o cortejo académico como o "culminar de cinco anos de trabalho, de dedicação, de muitas horas desesperadas a estudar.

Durante o cortejo académico ainda houve tempo para uma serenata aos utentes da Ordem da Trindade e houve até lágrimas ao ouvir o "Menina estás à janela", do Vitorino.

Milhares de telemóveis para captar o momento único da vida estudantil dos filhos e milhares de ramos de flores para entregar aos futuros doutores de Portugal.

Os finalistas dos vários cursos foram passando pela tribuna, junto da Câmara do Porto, pelas 16:00.

A Queima das Fitas do Porto regressou em 2022, entre 1 a 7 de maio, depois de ter sido cancelada os dois anos anteriores, devido à pandemia.

O cortejo académico da Queima das Fitas do Porto vai condicionar o trânsito em várias ruas da baixa da cidade até às 22:00.

A Queima das Fitas do Porto 2023 termina no dia 13, noite em que atuam no Queimódromo os Revenge of the 2000's, com Luke D'Eça dos 4 Taste, Luciana Abreu e Mundo Secreto.

Em 2022, a Queima das Fitas acolheu mais de "300 mil pessoas" nas oito noites de festa, três noites das quais esgotaram.

Leia Também: Alterações no 'Queimódromo' do Porto após queixas na Queima das Fitas

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