Assinala-se, esta segunda-feira, o Dia Mundial do Cancro do Ovário, doença que continua a matar milhares de mulheres em todo o mundo
Para alertar para o "tipo de cancro mais comum entre as mulheres" foi lançada uma petição que tem como destinatário o Presidente da Assembleia da República.
"É a quinta causa de morte por doença oncológica entre as mulheres, sendo o cancro ginecológico com maior taxa de mortalidade", pode ler-se na petição criada pelo Movimento Cancro do Ovário e outros Cancros Ginecológicos (MOG), que "apela a que nenhuma mulher com cancro do ovário seja deixada para trás em Portugal".
A petição quer garantir que o tratamento para este tipo de cancro seja financiado pelo SNS para todas as doentes, situação que dizem estar a ser travada pelo Infarmed.
"De acordo com evidência clínica, 85% das mulheres com cancro do ovário vão ter uma recaída/recidiva após a cirurgia e a quimioterapia com platina, sendo que a maioria acabará por falecer nos cinco anos seguintes (30%). No caso deste cancro, o acesso a um tratamento de manutenção em primeira linha pode significar mais anos de vida e melhor qualidade de vida", lê-se na petição, que refere que pese embora o tratamento de manutenção em primeira linha para o cancro do ovário já seja financiada e disponível no Serviço Nacional de Saúde (SNS), essa opção existe apenas para doentes com mutação (sBRCA ou Gbrca).
"Essa decisão não é democrática, nem compreensível. As doentes sem mutação, além de serem a maior parte dos casos de cancro do ovário (mais de 75%), são as que apresentam maiores necessidades médicas, devido ao pior prognóstico", reportam, acrescentando que "têm existido pedidos de AUE para utilização de fármacos aprovados internacionalmente para tratamento de manutenção em primeira linha de mulheres com cancro do ovário sem mutação BRCA, sendo que o Infarmed tem indeferido os mesmos, com a justificação de que as doentes não estão em risco de vida".
A petição 'Nenhuma mulher portuguesa com cancro do ovário deixada para trás' será entregue esta segunda-feira no Parlamento pelo Movimento Cancro do Ovário e outros Cancros Ginecológicos, que desta forma assinala o Dia Mundial do Cancro do Ovário. A petição conta com mais de 12 mil assinaturas.
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