Em comunicado, a autarquia deu nota sobre a dívida, que aumentou 18,82% em 2022, atingindo o valor de 29.738.688,72 euros, resultando do "acréscimo da componente relativa aos empréstimos a médio e longo prazo, decorrente dos pedidos de libertação de verbas dos financiamentos da Casa da Democracia Local e de investimentos diversos".
Sobre o resultado líquido negativo de 2.311.855,99 euros, a autarquia ressalvou que "o resultado antes de depreciações, amortizações e gastos de financiamento é de 9.392.394,91 euros, o que demonstra que os rendimentos decorrentes da atividade desenvolvida pela autarquia são superiores aos gastos".
Contactada pela Lusa a propósito do prejuízo, fonte da autarquia explicou que, tal como há um ano, quando o resultado então apurado foi negativo em 3,2 milhões de euros, "o desempenho financeiro contempla tudo, o património imobilizado, pavilhões, escolas", e que a câmara tem um "património gigantesco".
Para além disso, acrescentou, "existe ainda a depreciação do património e amortizações", fatores que contribuem para o resultado negativo.
"No que respeita à receita, a execução foi de 71.369.628,02 euros que, face ao orçamento final de 81.862.903,48 euros, representa uma taxa de execução de 87,18%", prossegue o documento que, do lado da despesa exibe "pagamentos no montante de 67.156.209,69 euros com taxa de execução de 82,03%".
"Conseguimos manter a capacidade de investimento e dar resposta aos principais anseios da comunidade", assinala o presidente da câmara, José Manuel Ribeiro, citado pelo comunicado que frisa ter o município no ano passado "cumprido na íntegra a aplicação da regra prevista no art.º 40.º da Lei n.º 73/2013, de 03 de setembro, na sua redação atual (...) que estipula que o orçamento deve prever as receitas necessárias para cobrir todas as despesas".
"Valongo é atualmente um município com boas contas, mais autónomo, mais capaz e com uma situação financeira sólida, o que permite antecipar um futuro ainda mais próspero", afirmou o autarca socialista.
Da parte do PSD, o vereador Miguel Santos discorda e justificou o voto contra devido à "política estratégica de investimento público no concelho que é de uma dimensão insustentável", acusando José Manuel Ribeiro de estar "no último mandado" e, por isso, "gastar anéis e dedos".
"O preocupante é que há um deferimento do próximo ano em termos de compromissos já assumidos de 31 milhões de euros. Não sei como é que o atual presidente da câmara vai conseguir acomodar mais 31 milhões de euros no próximo orçamento, porque não irá haver um milagre de receitas", referiu o autarca, que insistiu no "investimento prioritário nas estruturas económicas e sociais do concelho".
[Notícia atualizada às 16h58]
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