Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
12º
MIN 12º MÁX 17º

Desconfiança sobre lucros? "Não é bom para o ambiente económico"

O diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) alertou hoje para o período de "má perceção" que se vive, acentuando não ser bom para o ambiente económico lançar desconfiança no consumidor sobre margens de lucro das empresas.

Desconfiança sobre lucros? "Não é bom para o ambiente económico"
Notícias ao Minuto

12:53 - 22/03/23 por Lusa

País APED

"Estamos a viver um período de má perceção, as pessoas estão crispadas", referiu o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, notando ser "mais difícil combater um rumor do que um exército" e que "não se pode lançar rumores e a desconfiança no consumidor sobre as margens que as empresas têm", alertando que isso "não é bom para o ambiente económico".

Falando na conferência anual da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC), que está a decorrer em Lisboa, Gonçalo Lobo Xavier referiu que "esta forma de intervir, de 'soundbytes', de histórias mal contadas" tem um "efeito desastroso na sociedade", salientando que tem sido "muito difícil" para o setor da distribuição e para a componente alimentar em particular "desmentir rumores, espetáculos de luz e som montados por instituições que deviam estar era preocupadas com outras coisas em vez de fazer política".

O diretor-geral da APED referia-se aos efeitos resultantes da conferência de imprensa de 09 de março em que foram divulgadas as conclusões da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) sobre a subida de preços dos alimentos, em que revelou ter detetado margens de lucros superiores a 50% na cebola.

"Não tenho a solução para injetar níveis de confiança nos consumidores para que voltem ao mercado e invistam no consumo de bens, mas não tenho dúvidas que o ambiente que se está a viver - e a culpa não é de ninguém - não é saudável e não vai ser possível aguentar muito tempo este tipo de discurso, lançando suspeição no mercado, lançando a ideia de que as empresas, qualquer que seja o seu negócio, não são responsáveis e são entidades que estão a abusar dos clientes", precisou o responsável da APED.

Antes Gonçalo Lobo Xavier tinha referido que o consumo travou "a fundo" nos últimos três, quatro meses, que 52% das vendas são em artigos em promoção e que está também a aumentar a venda das marcas da distribuição -- conhecidas por marcas brancas -- referindo ainda que o comportamento e a forma de comprar dos consumidores está a mudar.

Salientando que a distribuição é um negócio de quantidade e não de margens, e que estas têm caído, criticou que se lancem rumores e desconfiança junto dos consumidores sobre as margens das empresas, notando que existem "razões ponderosas" para a subida dos preços de alguns produtos.

Neste contexto deu o exemplo do Reino Unido onde os produtores decidiram que, devido ao preço dos fertilizantes, não era rentável prodzir alfaces, o que pressionou a procura noutros mercados.

"Tivemos aqui dias de muita tensão e que era perfeitamente evitável com bom senso, com responsabilidade e isto não pode voltar a acontecer", afirmou, considerando ser "absolutamente inaceitável" que as empresas da distribuição "sejam hoje vistas como agentes do risco e do engano". E neste contexto apontou alguma inconsciência de muitos comentadores que "à decência disseram nada".

No início da sua intervenção o diretor-geral da APED afirmou ter sido convocado para participar uma reunião hoje com os ministros da Economia e da Agricultura para discutir o que se está a passa na cadeia de valor da distribuição.

Leia Também: Governo anuncia fábrica para comboios da CP e reforma de portos

Recomendados para si

;
Campo obrigatório