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Domingos tem 88 anos e foi bombeiro em Lisboa. "Recordo com saudade"

O bombeiro aposentado mora em Marvila e foi, no sábado, homenageado pelo Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa.

Notícias ao Minuto

09:37 - 19/03/23 por Notícias ao Minuto

País Bombeiros

Domingos Barata tem 88 anos, mora em Marvila e foi, no sábado, homenageado pelo Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, que lhe deu voz para contar a sua história enquanto pertenceu ao grupo.

Numa publicação na rede social Facebook, o bombeiro aposentado começa por contar: "Vim para os Bombeiros quando saí da tropa. Agora é Regimento, naquela altura era Batalhão. O meu número era o 226".

Retrocedendo no tempo e voltando à altura em que decidiu ir para os bombeiros, Domingos, "da província" (como lhe chama), explica que aconteceu enquanto estava no Exército, em Abrantes. Na altura, conta, "o Comandante da Bateria não queria que saísse". "'Vais para os Bombeiros fazer o quê? Porque é que não ficas aqui?'", questionou-o. Mas Domingos já tinha tinha sido influenciado por dois tios que o convenceram a trocar de profissão. "'Vem que isto é engraçado'", diziam-lhe. "E foi assim que eu vim para cá", esclareceu.

Depois de ingressar como bombeiro, esteve um ano na Graça e só ao fim de dois anos é que foi para "o Comando". "Estive seis anos onde estavam os carros especiais. Fui ainda motorista de um capitão durante três anos, até que ele foi promovido e teve de sair. Nessa altura vim para Alvalade", relata.

Como sempre teve a ideia de conduzir um carro, tirou a carta e tornou-se motorista. "Eu gostava de ser motorista. Só estive dois anos na linha, de resto fui sempre motorista. É uma coisa que eu gostava e que ainda gosto. Não sei porquê. Ainda hoje, vou daqui para a terra e sou eu que levo o carro", conta.

Domingos conduzia todo o tipo de carros, entre eles um carro-grua "quase do tamanho de uma casa e antigamente não havia direção assistida". "Andei com os carros todos que havia nessa altura, grandes e pequenos, autotanques, carros de escadas. Conhecia Lisboa como a palma das minhas mãos", recorda.

Domingos guarda ainda na memória algumas situações que o marcaram. "Uma delas foi o incêndio na Igreja de S. Domingos", conta, lembrando os "dois camaradas que atacavam o fogo, no interior da igreja, quando aquilo caiu". "Não sei se foi uma viga de madeira ou a varanda que dava para o interior, mas tive de ser eu a reconhecer os corpos dos meus colegas e informar o Comandante... é algo que nunca vou esquecer", articula.

Agora, aposentado, lembra os horários como "o mais complicado nesses tempos" e as memórias das "muitas horas de trabalho, poucas folgas e poucas férias". Mas acima disso,  "recordo com saudade a camaradagem", esclarece.

"Havia muita camaradagem. Espero que assim continue", termina.

Veja as imagens acima.

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