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"Descontentamento" uniu trabalhadores em Lisboa em nome de melhorias

Mário Cardoso, Fátima Cascais e Fábio Roxo, três manifestantes de diferentes zonas do país entre milhares que hoje percorreram a Avenida da Liberdade, estiveram unidos não só no apelo, mas na convicção que os portugueses precisam de melhores salários.

"Descontentamento" uniu trabalhadores em Lisboa em nome de melhorias
Notícias ao Minuto

21:24 - 18/03/23 por Lusa

País Trabalho

Foi o descontentamento que levou Mário Cardoso a descer esta tarde uma das principais avenidas de Lisboa, entre tantos outros trabalhadores que convergiram na marcha convocada pela CGTP-IN, na qual se incluiu também Fátima Cascais, presente por melhorias salariais, e onde marcavam igualmente passo Fábio Roxo, por "todos os portugueses", ou um grupo de mineiros que entoava cânticos que levavam muitos a olharem e pararem.

"Da maneira que esta vida está, nós temos de vir para a rua demonstrar o nosso descontentamento. É nestas ações que temos essa oportunidade", disse à agência Lusa Mário Cardoso.

Perante o atual contexto, Márcio Cardoso considera ser imperativo que o Governo aposte, "conforme fez na questão das rendas e na questão das casas devolutas", numa "revisão ao código de trabalho, acabar com a precariedade", bem como defender "o acesso à habitação" e "melhores condições de trabalho".

Foi precisamente por melhores condições salariais que Fátima Cascais, trabalhadora na indústria metalúrgica, fez mais de 200 quilómetros de Aveiro a Lisboa em nome dos "colegas trabalhadores".

"Estamos a tentar lutar por melhores salários e melhores condições de trabalho, para que os nossos jovens tenham um futuro melhor", salientou.

Para a dirigente sindical, a manifestação nacional de hoje mostrou que a contestação social pode aumentar.

"O pessoal tem vindo a lutar mais pelos direitos, tem vindo mais para a rua. Não é que isso seja sinónimo de que vamos conseguir alguma coisa, mas pelo menos mostramos que estamos descontentes", afirmou.

Postura partilhada por Fábio Roxo, trabalhador numa fábrica de baterias em Castanheira do Ribatejo, no concelho de Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa), que com uma criança às cavalitas gritou palavras de ordem "em nome de todos os portugueses": "pelos baixos salários que o país está a praticar cada vez mais, pelo custo de vida a aumentar todos os dias", mas também pela impossibilidade de os jovens darem condições à família ou ao "círculo de pessoas queridas", concentrados nas despesas de habitação, energia, de alimentação, embora já nem para essas tenham "possibilidades de ter dinheiro".

A manifestação nacional convocada pela CGTP-IN teve como lema "Todos a Lisboa! Aumento Geral dos Salários e Pensões - Emergência Nacional", para representar trabalhadores da administração pública dos setores das autarquias, educação, saúde e serviços públicos e também do setor privado, desde a indústria ao comércio, à hotelaria e alimentação, entre outros.

A manifestação foi organizada por setores, com duas pré-concentrações, uma da administração pública, que partiu das Amoreiras, e outra dos trabalhadores do setor privado e do setor empresarial do Estado, que arrancou do Saldanha.

Convocado em 17 de fevereiro, no protesto a Intersindical exigiu o aumento dos salários e pensões "no imediato" de pelo menos 10% ou de 100 euros no mínimo para todos os trabalhadores, bem como a fixação de limites máximos nos preços dos bens e serviços essenciais e a taxação extraordinária "sobre os lucros colossais das grandes empresas".

Leia Também: Camarinha garante que luta não vai parar até salários e pensões subirem

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