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Marcelo e a "desilusão" com a Igreja? "Não concordo, mas respeito"

D. José Ornelas reage ao facto de o Presidente da República ter admitido estar desiludido com a resposta da Conferência Episcopal Portuguesa ao relatório sobre abusos sexuais de menores na Igreja Católica Portuguesa.

Marcelo e a "desilusão" com a Igreja? "Não concordo, mas respeito"
Notícias ao Minuto

20:19 - 12/03/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Abusos na Igreja

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Ornelas, disse, este domingo, que "respeita", mas não "concorda" com as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a Igreja Católica, no âmbito dos casos de abusos sexuais no seio da instituição.

Em declarações exclusivas à RTP, D. José Ornelas foi confrontado com o facto de Marcelo Rebelo de Sousa ter admitido "desilusão" com a CEP no que diz respeito à resposta aos casos de abusos sexuais reportados pela Comissão Independente. 

"Toda a gente tem direito de se iludir ou desiludir. Respeito o Presidente da República, respeito a opinião dele, não concordo, mas respeito", disse D. José Ornelas.

O presidente da CEP defendeu ainda que a Igreja tem tido iniciativa, rejeitando inação.

"Se alguém leu com atenção o comunicado que a gente fez, que significava um traçar de rumos, que era aquilo que era preciso naquela primeira reunião, e que, agora, já está a ter consequências", disse, defendendo que foram tomadas "providências" e que foi dada "prioridade" às vítimas.

D. José Ornelas assegurou ainda que a Igreja não quer esconder qualquer caso e que aqueles que são suspeitos e estão identificados devem ser afastados de funções, contudo, entende que este é um "trabalho que não está totalmente feito", faltando alguns dados mais sólidos para identificar os suspeitos, o que tem levado a que "algumas dioceses" tenham "dificuldades".

"Ninguém quer encobrir nada", defendeu.

Recorde-se que, em entrevista à RTP e ao Público, o chefe de Estado afirmou que "foi uma desilusão a posição da Conferência Episcopal", considerando que foi tardia e "ficou aquém em todos os pontos que eram importantes".

É de realçar que  Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, constituída por decisão da Conferência Episcopal Portuguesa e coordenada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas.

Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.

A comissão entregou uma lista de alegados abusadores no ativo à Conferência Episcopal Portuguesa.

Leia Também: Após polémica, bispo de Beja pede perdão: "Não há lugar para abusadores"

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