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Ministro da Cultura quer novo modelo da Casa da Música para 2024

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, afirmou hoje no parlamento, em Lisboa, que um novo modelo de instituição para a Casa da Música (CdM), no Porto, deverá ser aplicado pelo próximo conselho de administração, em 2024.

Ministro da Cultura quer novo modelo da Casa da Música para 2024
Notícias ao Minuto

13:34 - 08/03/23 por Lusa

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Pedro Adão e Silva esteve na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto a falar sobre a Casa da Música, no seguimento de um requerimento apresentado pelo Bloco de Esquerda (BE) há mais de quatro meses, em outubro passado.

O BE tinha apresentado um requerimento para ouvir o ministro da Cultura e o conselho de administração da CdM a propósito de um "conjunto de problemas" naquela instituição, nomeadamente sobre a acusação, que partiu de uma denúncia anónima na Internet, sobre violação do Código de Contratos Públicos e do Estatuto de Mecenato.

Na audição de hoje, questionado em particular pelo BE e pelo Chega, Pedro Adão e Silva escusou-se a falar sobre denúncias anónimas, justificando que o Tribunal de Contas está em processo de averiguações e que desconhece o contraditório da própria Casa da Música.

"Tenho muita dificuldade em pronunciar-me. Sinto desconforto que haja uma comissão parlamentar que, com base num 'site' anónimo, ache que deve chamar as pessoas a ouvir e a pronunciar-se e que faça considerações sobre matérias sobre as quais não tenha informação suficiente, mas cada um escolhe os seus métodos", afirmou Pedro Adão e Silva.

Também ficou por responder se a CdM vai implementar a criação de um canal de denúncias.

Sobre a CdM, que cumpre 18 anos em abril, o ministro da Cultura lembrou que o grupo de reflexão, criado em 2022 para repensar a missão e a estrutura da instituição, deverá apresentar resultados ao conselho de fundadores, que se reúne a 31 de março.

"O que ficou acordado é que os resultados sejam para produzir efeito no próximo mandato do conselho de administração. Este [conselho de administração] termina o seu mandato no final de 2023", explicou o governante.

Pedro Adão e Silva disse que não tem "uma posição fechada" sobre o modelo de governação da CdM, mas no caso da escolha da direção artística deu a entender que fosse aplicada a mesma lógica "aberta e concursal" e de limitação de mandatos que já está a implementar nos teatros nacionais e Companhia Nacional de Bailado.

A direção artística da Casa da Música é assumida desde 2009 por António Jorge Pacheco, que está ligado à instituição desde a fundação.

Nos órgãos sociais, a Fundação Casa da Música integra um conselho de fundadores, que inclui representantes do Estado e de privados, e um conselho de administração, atualmente presidido por Rui Amorim de Sousa.

"Passados estes anos [18 anos] é preciso perceber o que faz mais sentido e o que é mais eficiente, porque a CdM já adotou soluções distintas ao longo destes anos. Há uma reflexão a fazer sobre isso, tal como há uma reflexão a fazer sobre o modelo de escolha das direções artísticas", disse Pedro Adão e Silva.

Na audição, o ministro foi ainda questionado, em particular pelo PCP, sobre as condições de trabalho na CdM, nomeadamente sobre precariedade e vínculos laborais, tendo respondido que "foram celebrados contratos de trabalho, sem termo, com 21 trabalhadores, no quadro dos processos de inspeção originados na Autoridade para as Condições do Trabalho" e que "houve casos em que as sentenças foram favoráveis à fundação".

Numa referência à entrada de Carla Castro Chousal como administradora-delegada da Fundação Casa da Música, no verão passado, Pedro Adão e Silva referiu que houve uma "importante transformação" na relação da administração com os trabalhadores, com "repercussões materiais e práticas", nomeadamente numa revisão salarial.

Segundo ministro, este ano, o salário mínimo na CdM subiu para 800 euros, houve um aumento de 8% nos salários até 1.000 euros, um aumento de 5% nos salários entre 1.000 euros e 2.000 euros e um acréscimo de 3% nos vencimentos entre 2.000 euros e 3.000 euros.

Todos os partidos questionaram ainda sobre a revisão da lei do mecenato, com Pedro Adão e Silva a reconhecer que é preciso "criar condições para ter mais privados na Cultura" e, no caso concreto da CdM, disse que um dos objetivos é "recuperar a presença dos privados para níveis superiores antes da pandemia".

"Se estamos empenhados em ter mais privados participar na Cultura, não podemos inibir os privados que participam como fundadores e mecenas de participarem nos concursos [públicos que abram na Casa da Música]. Um fundador ou um mecenas não pode ficar inibido em absoluto de participar num concurso. Ou então assumimos que queremos nacionalizar a política cultural", disse.

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