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Nepal, Paquistão, Índia e Bangladesh elogiam acolhimento de imigrantes cá

Os representantes diplomáticos do Nepal, Paquistão, Índia e Bangladesh disseram à Lusa que "episódios" de violência contra imigrantes registados recentemente em Portugal são fenómenos "isolados", sublinhando que não refletem o bom acolhimento no país.

Nepal, Paquistão, Índia e Bangladesh elogiam acolhimento de imigrantes cá
Notícias ao Minuto

09:14 - 11/02/23 por Lusa

País Migrações

Em declarações à Lusa, o cônsul do Nepal em Portugal, Chhabilal Bagale, admitiu que foi "desagradável" a violenta agressão a um jovem nepalês a 25 de janeiro em Olhão, mas frisou que não mancha a boa reputação do acolhimento português.

Um grupo de jovens agrediu o imigrante nepalês nessa data, tendo o caso sido conhecido após a partilha de um vídeo nas redes sociais, onde o imigrante surge caído no chão, em posição defensiva, a tentar proteger-se de pontapés, murros e pauladas desferidos pelos agressores, cujos rostos não são visíveis, por estarem encapuzados.

Escusando alongar-se sobre uma questão que está a ser tratada pelas vias legais, Bagale lembrou que Portugal acolhe uma comunidade nepalesa de cerca de 30.000 pessoas e que o "verdadeiro" problema é a legalização de muitos deles, uma vez que a burocracia é muita e depende da embaixada do Nepal em França.

Admitindo que seria "ideal" o Nepal abrir uma embaixada em Lisboa, Bagale salientou que muitos dos nepaleses residentes em Portugal - 60% trabalham na agricultura, 30% na restauração e hotelaria e 10% são pequenos empresários - perdem frequentemente os passaportes e veem-nos caducar, pelo que se torna moroso e burocrático obter a renovação do documento.

Na mesma linha de Bagale, o encarregado de Negócios do Paquistão em Lisboa, Malik Umair Khan, lembrou que Portugal acolhe cerca de 10.000 paquistaneses e que a embaixada não tem recebido quaisquer queixas de episódios de violência, racismo ou de discriminação de membros da sua comunidade.

"O 'feedback' recebido da comunidade paquistanesa sobre as relações com a população portuguesa é positivo. A embaixada não recebeu nenhuma queixa de maus tratos em Portugal, onde os respetivos membros se sentem bem-vindos e seguros", afirmou Umair Khan à Lusa.

Mais longe, embora nada adiantando sobre eventuais episódios de violência, racismo ou discriminação, vai a secretaria executiva da Embaixada da Índia em Lisboa, que, em declarações escritas remetidas à Lusa, lembrou que a comunidade indo-portuguesa em Portugal está perfeitamente integrada na sociedade.

"Aqui reside em estrito cumprimento da lei, sempre na linha da frente na promoção de relações amigáveis entre a Índia e Portugal e no aprofundamento da cooperação em todas as vertentes, funcionando como uma ponte viva entre os dois países e contribuindo de forma muito positiva para a excelente relação que existe entre a Índia e Portugal", respondeu a missão diplomática indiana à Lusa.

"A comunidade indo-portuguesa e os seus amigos portugueses encontraram igualmente ligações culturais e juntos fazem chegar a cultura indiana aos diversos cantos de Portugal, através da dança, arte, língua, música, ioga, ayurveda, etc", acrescentou.

Para missão diplomática indiana em Lisboa, todas as questões de interesse e relevância para a comunidade em relação às quais a Embaixada da Índia tenha um papel a desempenhar junto das autoridades locais "são tratadas com o mesmo espírito de cooperação amigável que caracteriza a relação bilateral".

Em relação à comunidade do Bangladesh em Portugal, estimada em cerca de 20.000, fonte da missão diplomática bengali admitiu à Lusa a possibilidade de haver casos de violência, mas sublinhou que serão isolados e que a embaixada também não recebeu quaisquer queixas de episódios de violência, racismo ou discriminação.

Comum às quatro comunidades - o Sri Lanka não dispõe de uma missão diplomática em Portugal - pode ser a "queixa" de "ligeiras discriminações" no tratamento dos aspetos burocráticos, que, admitem também ser transversal a outras nacionalidades.

A agressão cometida contra o imigrante nepalês, em Olhão, no Algarve, cuja investigação está em curso, foi condenada pelas autoridades portuguesas, que consideram tratar-se de "comportamentos inaceitáveis" que têm de ser "exemplarmente punidos".

Além da violenta agressão, o grupo também roubou a mochila da vítima, que não apresentou queixa, enquanto o cidadão nepalês suplicava para que parassem de o agredir e lhe devolvessem, pelo menos, os documentos.

A investigação está também a tentar determinar quantos elementos compunham o grupo e qual o envolvimento de cada um deles nos crimes cometidos

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