A hipótese de regresso do socialista António Guterres, que na “semana passada veio dizer que ‘há sempre uma possibilidade, mesmo que mínima’, de se decidir concorrer a Belém”, serve de mote para o artigo com o título ‘Intrigas’ que o escritor Vasco Pulido Valente assina hoje na última página do jornal Público.
“Bastou isto para pôr o PS numa enorme agitação”, afirma, salientando que desde logo, “os jornais, e mais modestamente a televisão, já começam à cautela a fazer o elogio histórico a Guterres”.
Vasco Pulido Valente refere, “para quem não se lembra das crises sucessivas do governo do homem e da sua crónica indecisão, ele [Guterres] transformou Portugal num sólido paraíso e, naquela altura, andava toda a gente felicíssima”.
“E não, não fugiu quando as coisas se complicaram. Pelo contrário, salvou, quase sozinho, a Pátria do ‘pântano’ e partiu para alto-comissário da ONU a verter a sua imensa caridade sobre os refugiados”, ironiza. Mas “melhor ainda”, “acabou com o ‘cavaquismo’ e o professor Marcelo Rebelo de Sousa tem assiduamente profetizado que ele voltará em triunfo e glória”.
Já no que à direita diz respeito, Vasco Pulido Valente afirma que “quanto às presidenciais, (…) rebenta de candidatos: Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio, Durão Barroso ou o ‘político desconhecido’, que o PSD tem sempre de reserva”.
O “mundo em que estes senhores se mexem”, “nós [cidadãos comuns] não conseguimos perceber”, nem devemos tentar, não é o nosso”.
Mas sim aquele em que “pode faltar dinheiro, pode faltar investimento, pode faltar emprego”, contudo, “não faltam políticos para se candidatar a tudo, desde a Presidência da República a chefes de partido”.