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JMJ? D. Manuel Clemente não descarta "responsabilidade" da Igreja

Apesar de admitir que a Igreja "tem" responsabilidade na forma como projetou o evento, o cardeal-patriarca de Lisboa destaca a dimensão da JMJ, que "fará muito bem" à "multidão de jovens" que vai receber.

JMJ? D. Manuel Clemente não descarta "responsabilidade" da Igreja
Notícias ao Minuto

16:23 - 02/02/23 por Notícias ao Minuto

País JMJ

O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, não descartou, esta quinta-feira, a responsabilidade da Igreja em torno da polémica dos custos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no entanto, ressalvou que Portugal "nunca" organizou um evento desta dimensão, "de uma escala" que "ultrapassa" qualquer um.

Esta posição surgiu depois de ser questionado sobre os custos, nomeadamente dos palcos da JMJ, e se a Igreja não deveria ter tido outra responsabilidade na forma como projetou o evento.

"A responsabilidade tem. Agora, o evento é muito grande. É uma coisa que nunca se fez em Portugal e, por isso, nós temos dificuldade em referir a outros eventos e fazer comparações", começou por dizer o cardeal-patriarca, em declarações aos jornalistas.

D. Manuel Clemente realçou depois a "preocupação social" da organização, nomeadamente para que possam estar presentes jovens cujas viagens "não são fáceis de custear".

"Nunca tivemos uma coisa deste tamanho, desta dimensão, e que fará muito bem a essa multidão de jovens, isso não tenho dúvida nenhuma. E sei que, da parte da organização, há toda a preocupação em que venha gente ate de sítios de onde não é fácil vir, viagens que não são fáceis de custear, que há toda essa preocupação social há", acrescentou.

"Agora, o evento é de uma escala que nos ultrapassa a todos, não estamos habituados a estes números, a começar de participantes", confessou.

Interrogado mais uma vez sobre os custos, o cardeal-patriarca defendeu: "Temos de saber porque é que são esses números não é". "Dizem que só os fundamentos daquele palco e naquele recinto e com aquele tipo de chão são coisas caríssimas para ficarem depois para o benefício da população", rematou.

Recorde-se que a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação JMJ Lisboa 2023 reuniram-se, esta quinta-feira, face à polémica relacionada com os custos, para "avaliar opções relacionadas com os locais" do evento.

Em comunicado, a Câmara Municipal e a Fundação JMJ 2023 deram nota de que o encontro "decorreu num ambiente muito positivo, construtivo e de grande disponibilidade de todas as partes presentes na procura de soluções alternativas para o grande desafio que representa a organização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023".

Na reunião de trabalho marcaram presença Carlos Moedas, D. Américo Aguiar, Filipe Anacoreta Correia (vice-presidente da Câmara), António Lamas (presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana), responsáveis da empresa Mota Engil e elementos das equipas de projeto da CML e Fundação JMJ Lisboa 2023.

Os custos da JMJ têm estado em destaque depois de ter sido conhecido que a construção do altar-palco do espaço do Parque Tejo (com nove metros de altura e capacidade para 2.000 pessoas), a cargo do município da capital, foi adjudicada à Mota-Engil por 4,24 milhões de euros (mais IVA), somando-se a esse valor 1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura.

Além deste palco está previsto outro no Parque Eduardo VII, em Lisboa, com um custo até dois milhões de euros, num evento que pode atingir um custo total de 160 milhões de euros.

A JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas. As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

Leia Também: Após "apelos", equipas da JMJ continuarão a trabalhar em "novas soluções"

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