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Arguido põe em causa acusação sobre disparos em discoteca em Coimbra

O arguido suspeito de tentar matar uma pessoa em janeiro de 2019, na discoteca Avenue Club, em Coimbra, e várias testemunhas ouvidas, esta quinta-feira, no início do julgamento puseram em causa a acusação do Ministério Público.

Arguido põe em causa acusação sobre disparos em discoteca em Coimbra
Notícias ao Minuto

13:36 - 02/02/23 por Lusa

País Coimbra

O Tribunal de Coimbra começou, esta quinta-feira, a julgar um homem de 33 anos, suspeito de ser o autor de disparos a 27 de janeiro de 2019, na discoteca Avenue Club (que se encontra fechada), sendo acusado de um crime de homicídio qualificado na forma tentada, coação e detenção de arma proibida.

O arguido, que está preso preventivamente face a um outro processo relacionado com tráfico de droga, negou hoje todo o teor da acusação, recusando ter sido o autor dos disparos ou de deter qualquer tipo de arma na noite em causa.

Assegurando que foi revistado com detetor de metais antes de entrar na discoteca, o arguido disse que estava a beber junto ao bar da discoteca, quando terá começado "uma batalha campal", quando o estabelecimento já estava encerrado e tinham ficado "só os bêbados".

O suspeito admitiu que chegou a envolver-se na tal confusão, mas que não fez nenhum disparo nem tinha na sua posse qualquer arma, fosse uma pistola ou uma faca.

"Fiquei, fui revistado pelos inspetores da PJ, que me despiram, viram que não era eu e mandaram-me embora", vincou, realçando que foram também retiradas amostras da sua mão e da sua mala a tiracolo, que não tinha qualquer vestígio de pólvora.

O arguido admitiu que era cliente assíduo da discoteca e realçou que o espaço "tinha má fama" (dois anos antes, um segurança do estabelecimento morreu, alvejado).

"Como é que eu disparei a dita pistola? É por eu já ter sido condenado?", questionou o arguido, já condenado no passado por importunação sexual, roubo e sequestro.

Seguranças, funcionárias do estabelecimento e um DJ também não contribuíram para qualquer confirmação dos factos presentes na acusação, com a maioria a não se recordarem do que aconteceu ou a não conseguirem associar o arguido ao autor dos disparos daquela noite.

Perante os lapsos de memória, o Ministério Público pediu para serem lidas as declarações prestadas junto apenas de órgão de polícia criminal, ao qual a defesa opôs-se repetidamente, não podendo as mesmas serem usadas como prova neste julgamento.

Já a testemunha que retirou a arma do autor dos disparos daquela noite afirmou que estava a ver o arguido pela primeira vez na sua vida, mas referiu que lhe parecia idêntico à pessoa da discoteca.

"Consegue afirmar com certeza de quem tirou a arma é esta pessoa?", perguntou a defesa, apontando para o arguido.

Na resposta, a testemunha disse que, "com as referências" que tinha, conseguia dizer quem era o indivíduo.

Questionado sobre que referências eram essas, a testemunha apenas disse que era um homem alto "com uma bolsa a tira colo e rodeado de várias pessoas".

Após insistência da defesa, a testemunha assumiu não ter a certeza de que seria o arguido, não se recordando qual o corte de cabelo que tinha ou se o mesmo tinha barba, apenas referindo que este não usaria óculos (o arguido usa óculos).

O julgamento continua a 24 de fevereiro, pelas 15h30, altura em que deverão ser ouvidos os inspetores da PJ associados ao processo.

No final da sessão, o arguido dirigiu-se ao presidente do coletivo.

"Com todo o respeito, o senhor vá a fundo para descobrir as coisas. Vá a fundo", pediu o arguido.

De acordo com a acusação a que a agência Lusa teve acesso, o arguido terá disparado contra um homem dentro da discoteca, não lhe tendo acertado, e ameaçado outro, já fora do estabelecimento.

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