"Perante o clima de suspeição instalado no concelho [de Vimioso] referente ao alegado exercício e prática de irregularidades, não tendo ainda sido dada qualquer explicação sobre o assunto por parte do atual executivo, entende a concelhia do PS, que presentemente o senhor presidente da Câmara, após ter sido constituído arguido, não reúne as condições políticas necessárias para o exercício das suas funções autárquicas", refere concelhia socialista, em comunicado enviado à Lusa.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Vimioso, Jorge Fidalgo, disse que o facto de ser arguido em nada o impede de exercer a suas funções, para as quais recorda ter sido eleito.
"Esta situação não me tira nenhum direito, porque ainda não fui acusado de nada, nem condenado por nada", vincou o autarca social-democrata de Vimioso, no distrito de Bragança.
Na mesma nota, a concelhia do PS de Vimioso, disse que confia no trabalho que está a ser realizado pelas instâncias judiciais e que estará atento ao desenvolvimento do processo.
"Alertamos para a necessidade de total transparência e respeito pela legalidade na utilização dos dinheiros públicos, que são de todos nós, e que devem ser colocados ao serviço das reais necessidades do concelho", vincou a estrutura local do PS.
O presidente da Câmara de Vimioso, a chefe de gabinete e um chefe de divisão foram constituídos arguidos em dezembro, na sequência de buscas realizadas pela Polícia Judiciária (PJ) na Câmara Municipal no passado mês de dezembro.
No dia em que foi constituído arguido [13 de dezembro], o autarca de Vimioso, afirmou: "estou de consciência tranquila. Trata-se de uma medida cautelar que permite aos arguidos poderem defender-se perante a justiça".
Durante a operação, a PJ realizou buscas em quase todas as divisões da Câmara Municipal de Vimioso.
"Fornecemos toda a documentação solicitada pelos inspetores da PJ no âmbito destas buscas", indicou naquela ocasião o presidente social-democrata.
Jorge Fidalgo disse à data dos factos que a investigação teve como base a aquisição de bens e serviços e contratos de empreitadas.
Também em comunicado, o PS Vimioso já havia lamentado profundamente o sucedido, uma vez que tal compromete o bom nome do concelho e das suas gentes.
"Sem deixar de reconhecer a presunção de inocência dos arguidos, sabemos que os indícios reportam a possíveis ilegalidades no âmbito da contratação pública, entre a autarquia e um número reduzido de empresas", adiantou na ocasião o PS de Vimioso.
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