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SATA deixou passageiros sem hotel após cancelamento devido ao mau tempo

Companhia aérea garante que tentativas para encontrar alojamento foram "infrutíferas". Passageiros ficaram 'entregues ao seu destino', mas no aeroporto de partida e apenas com uma promessa de reembolso nas mãos.

SATA deixou passageiros sem hotel após cancelamento devido ao mau tempo
Notícias ao Minuto

13:01 - 20/01/23 por Natacha Nunes Costa

País Sata

No sábado dia 14 de janeiro, dois voos da Azores Airlines (S4125 e S4127) que saíram de Lisboa para Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, divergiram em virtude das condições adversas que se faziam sentir no aeroporto de destino.

Cerca de 300 passageiros regressaram assim a Lisboa e foram recolocados em voos para o dia seguinte.

Com o primeiro voo divergido, o S4125, correu tudo bem. Tal como acontece normalmente, em situações de cancelamento com esta companhia aérea, a SATA tratou do alojamento para os passageiros, assim como das refeições.

Contudo, o mesmo não aconteceu com as pessoas que vinham no voo S4127, que chegou depois das 22h a Lisboa, após uma tentativa frustrada de aterrar no aeroporto de Ponta Delgada.

Ao chegarem a Lisboa, contou um dos passageiros deste voo ao Notícias ao Minuto, o grupo foi recebido por "funcionários do aeroporto e não da SATA", algo que, desde logo, estranhou.

"Entregaram-nos este papel [abaixo] e disseram que para mais explicações tínhamos de ligar para o call-center da Sata, call-center este que fecha às 21h do Continente", disse o mesmo passageiro, que prefere não ser identificado.

Na nota, que pode ver abaixo, a SATA informa que fez "todos os esforços" para arranjar alojamento para os passageiros mas que esgotou "todas as alternativas possíveis" e que, por isso, serão as próprias pessoas que ficam responsáveis por arranjar alojamento em Lisboa. Isto depois das 22h e com voos marcados para as 6h do dia seguinte.

Notícias ao Minuto Informação entregue aos passageiros© Notícias ao Minuto  

No mesmo papel, a SATA sublinha que "caso consigam providenciar o seu próprio alojamento", os passageiros serão "ressarcidos das despesas incorridas" e deixam o contribuinte da empresa para os hotéis passarem a fatura. Em nenhum momento dizem quanto tempo poderá demorar o reembolso.

Os passageiros do voo S4127 depararam-se assim com dois problemas: encontrar um alojamento, algo que até a companhia aérea admitiu ser difícil fazer naquela noite em Lisboa, e ter dinheiro suficiente para arcar com essa despesa, assim como a do transporte de e para o aeroporto, e refeições.

"Havia pessoas que tinham vindo a consultas. Algumas que nem conhecem bem Lisboa, passam por dificuldades. Pelo menos uma sei que ficou a pernoitar no aeroporto", revelou o mesmo passageiro.

"Dias desafiantes"

O Notícias ao Minuto entrou em contacto com a SATA a pedir um esclarecimento sobre a situação. Em resposta às nossas questões, a companhia aérea açoriana admitiu que "lamentavelmente" não foi possível acomodar os passageiros do S4127, "tendo em conta a impossibilidade de encontrar alojamento disponível e atempado, em Lisboa", nesse dia.

"As tentativas foram infrutíferas, mesmo tendo procurado unidades hoteleiras fora do perímetro da cidade",  acrescentou a SATA.

Ainda sobre esta situação, a empresa garante que esta é "uma solução de recurso, que a companhia procura evitar, mas tendo em conta os constrangimentos, designadamente, a hora tardia em que a irregularidade possa ocorrer, está é, por vezes, a única solução que permite evitar constrangimentos maiores e mais delongas na acomodação".

Já sobre os funcionários que receberam os passageiros, na chegada ao aeroporto de Lisboa, a empresa garantiu que tinha um "representante" no local mas que "o contacto direto" com os passageiros pode ter sido mais "demorado" ou "difícil".

"Confirmamos que para responder à situação de irregularidade (ocorrida fora do horário em planeamento)  foi destacado um representante da companhia aérea. O representante da companhia aérea veio em reforço da equipa de handling que presta, habitualmente, serviço à Azores Airlines no Aeroporto de Lisboa e cujas funções também pressupõem a assistência a passageiros, em caso de irregularidade. Não obstante, tendo em conta o número de passageiros afetados e a necessidade reajustar os planos de viagem de cada um, é um facto que o contacto direto com o funcionário da companhia aérea pode ser mais demorado ou , até, muito difícil, face às circunstâncias extraordinárias", lê-se na resposta da SATA ao Notícias ao Minuto.

A companhia aérea admite ainda que, nos dias 14 e 15 de janeiro, "dias desafiantes tendo em conta o número de voos divergidos e cancelados devido ao fator atmosférico", nem todos os passageiros podem ter tido "a oportunidade de beneficiar da melhor assistência". Desta forma, "lamenta o facto" e fará "esforços para melhorar a assistência prestada".

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