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STOP promete continuar luta da Educação se governo não alterar propostas

O líder do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) assegurou hoje antes de entrar para negociações com o Ministério da Educação que, caso não haja alterações à proposta apresentada pelo Governo, a luta destes profissionais vai continuar.

STOP promete continuar luta da Educação se governo não alterar propostas
Notícias ao Minuto

12:23 - 20/01/23 por Lusa

País Professores

"A perspetiva é que se o ministro continuar apenas com a proposta que está em cima da mesa, manifestamente, nós vamos continuar esta luta, cada vez em crescendo, com uma grande unidade de pessoal docente e não docente que se vai materializar numa nova grande marcha. O senhor ministro não cede nas principais reivindicações. O STOP é um mero instrumento legal desta grande vontade coletiva de docentes e não docentes", afirmou André Pestana.

Em declarações aos jornalistas, após uma concentração de centenas de docentes e não docentes que fizeram o curto trajeto entre o Museu Nacional de Arte Antiga e o Ministério da Educação, em Lisboa, o dirigente sindical realçou o caráter "histórico" de o ministro João Costa receber hoje uma delegação composta também por assistentes operacionais e assistentes técnicos, reforçando que a proposta do Governo "é totalmente insuficiente".

"Queremos um aumento mínimo imediato de 120 euros, porque os professores já não aguentam. Por isso vamos ter de voltar no dia 28 por uma nova grande marcha pela educação, mas também por todos os serviços públicos: da saúde, da cultura e da justiça. Vamos todos para a rua, porque estamos a lutar pelos nossos filhos e pela nossa qualidade de vida. Há sempre milhões para os banqueiros, mas para quem trabalha não há dinheiro", vincou.

André Pestana abordou também a convocatória do Ministério da Educação para uma reunião na tarde de hoje destinada a discutir os serviços mínimos nas escolas a partir de 01 de fevereiro. Para o líder do STOP, esta ação representa "um atentado à greve".

"Por isso é que estamos a convocar uma nova marcha antes desses serviços mínimos começarem em 01 de fevereiro, se começarem. Não aguentamos. A luta vai até haver justiça", avisou, acrescentando: "Chegou a nossa hora, porque há dinheiro. Além dos 22 mil milhões de euros que este governo cedeu aos bancos, só em receitas extraordinárias recebeu dois mil milhões de euros em impostos extra", salientou.

Questionado sobre as palavras do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que, na quinta-feira, acerca da recuperação do tempo de serviço -- uma das maiores reivindicações dos professores -, disse que era importante o Governo e os sindicatos conseguirem "encontrar um meio caminho", André Pestana criticou a posição do chefe de Estado.

"Sinceramente, acho que podia ir muito além. Ele, que é professor, sabe ou devia saber as condições reais de quem trabalha nas escolas e quanto isso prejudica os nossos alunos, porque estamos aqui por eles também. Os profissionais da educação estão desmotivados, exaustos, doentes e, com pouco salário, isso também se reflete em falta de professores", finalizou.

Os professores estão em greve desde 09 de dezembro para exigir melhores condições de trabalho e salariais, o fim da precariedade, a progressão mais rápida na carreira, e em protesto contra propostas do Governo para a revisão do regime de recrutamento e colocação, que está a ser negociada com os sindicatos do setor.

Atualmente, estão a decorrer três greves distintas convocadas por várias organizações sindicais. A primeira foi uma iniciativa do STOP que, em dezembro, convocou uma paralisação por tempo indeterminado, que os professores têm cumprido de forma parcial, a apenas um tempo de aulas, e para a qual já foram entregues pré-avisos até 31 de janeiro.

No início do 2.º período, o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) iniciou uma outra greve parcial, esta ao primeiro tempo de aulas de cada docente, que se deverá prolongar até fevereiro. Entretanto, na segunda-feira arrancou uma greve total que se realiza por distritos durante 18 dias, convocada por uma plataforma de sindicatos que incluiu a Federação Nacional de Professores (Fenprof).

A terceira ronda negocial começou na quarta-feira, dia em que foram recebidos a Federação Nacional da Educação (FNE) e outras cinco estruturas sindicais. Hoje, o dia começou com a Fenprof, seguindo-se outras cinco organizações, entre as quais o SIPE e o STOP, que também convocaram as greves.

Leia Também: Vincular professores? "Não custa dinheiro, custa vontade de governantes"

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