Meteorologia

  • 19 MAIO 2024
Tempo
13º
MIN 13º MÁX 21º

Pizarro diz que novas vagas vão "mitigar" problemas de falta de médicos

O ministro da Saúde reconheceu que a resolução do problema será demorada e salientou o "desequilíbrio geracional" de médicos no SNS.

Pizarro diz que novas vagas vão "mitigar" problemas de falta de médicos
Notícias ao Minuto

11:14 - 10/01/23 por Hélio Carvalho

País Saúde

O ministro da Saúde admitiu esta terça-feira que as novas vagas para médicos especialistas vai apenas "mitigar o problema" da falta de médicos, mas deixou claro que este é um processo que demorará algum tempo.

Em declarações aos jornalistas no concelho de Nisa, no distrito de Portalegre, onde visitou o centro de saúde local, Manuel Pizarro vincou que a abertura de novas vagas para contratar mais médicos é "um processo continuado, porque o que está em causa não é apenas contratar médicos, é contratar médicos para também preencherem parte das reformas que vão ocorrendo naturalmente".

"Há um desequilíbrio geracional muito grande nos médicos: há muitos médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) com idades acima dos 60 anos e depois começa a haver bastantes médicos mais jovens, mas há uma fase no meio em que faltam médicos. É um trabalho que temos de fazer de forma continuada, mas vamos persistir neste trabalho e, felizmente, aqui em Portalegre, podemos garantir que todas as pessoas têm atendimento nos cuidados de saúde primários", afirmou o governante.

Manuel Pizarro mostrou-se também esperançoso quanto às negociações com os sindicatos dos médicos sobre as carreiras destes profissionais - sindicatos esses que classificaram a reunião com o governo, na segunda-feira, como uma "desilusão" -, recordando o acordo atingido em 2022 com os sindicatos dos enfermeiros e que "permitiu que mais de 15 mil enfermeiros, quase 20 mil enfermeiros, tenham visto revalorizada a sua posição na carreira e a sua remuneração".

"Estamos agora a fazer o trabalho com as outras classes profissionais, com prioridade para os médicos, mas tudo exige conversas muito longas, porque é preciso que as novas soluções que sejam encontradas correspondam a melhoria efetiva das carreiras, do ponto de vista remuneratório, mas também do ponto de vista do serviços às populações que tem de ser obtido", salientou o ministro da Saúde.

Mas mostrou-se preocupado "com algumas regiões do país", especialmente no Interior, que, com uma densidade populacional mais reduzida, têm uma maior carência no que diz respeito ao acesso a cuidados de saúde primários.

"Temos de garantir que os médicos fazem o conjunto dos serviços dos hospitais, sendo remunerados de forma excecional e recorrendo o menos possível aos prestadores de serviços externos. Temos de recorrer a esses profissionais, são profissionais qualificados, não é isso que está em causa", disse Pizarro, ressalvando que "é mais importante reforçar as próprias equipas dos hospitais porque isso dá mais estabilidade e uma maior garantia de futuro e é muito importante em terras como estas, onde há uma densidade populacional menor".

Esta segunda-feira, o Ministério da Saúde anunciou a abertura de mais 254 vagas para médicos especialistas, a maioria na área de Medicina Geral e Familiar (194).

Pizarro voltou ainda a elogiar o trabalho desenvolvido nas maternidades pela direção-executiva do SNS, considerando que os fins de semana do Natal e do Ano Novo "correram manifestamente bem", com o nascimento de 849 crianças "todas em segurança para elas, para as suas mães e para as suas famílias".

Sobre os incentivos para que os médicos obstetras realizem exames e ecografias em hospitais do SNS, o ministro da Saúde considera importante que estes médicos sejam remunerados de forma apropriada, pois esta é uma forma de os fixar no SNS "para fazer aquilo que é o trabalho mais penoso e custoso do SNS, como por exemplo garantir que as maternidades estejam abertas em todo o país, 24 sobre 24 horas, todos os dias do ano".

"Se os incentivos forem para os profissionais saírem, eles vão fazer falta para fazer o que mais ninguém está disponível para fazer, que é prestar cuidados de saúde, por exemplo, no distrito de Portalegre, onde há uma rarefação populacional e naturalmente é preciso que o SNS esteja presente", explicou.

Leia Também: Vagas para especialistas reforçadas. Medicina Geral e Familiar domina

Recomendados para si

;
Campo obrigatório