A última sessão de alegações finais do caso Football Leaks, em que o hacker Rui Pinto responde por 89 crimes, foi suspensa, esta sexta-feira, depois de a Defesa de Aníbal Pinto ter entregue novos documentos. A informação inicial era de uma interrupção de apenas 15 minutos, mas segundo a SIC Notícias, trata-se afinal de uma suspensão até dia 16 de janeiro.
No requerimento lido em tribunal, conta o mesmo meio, Aníbal Pinto cita, através do seu mandatário, uma perícia para acusar a Polícia Judiciária (PJ) de descobrir a identidade de Rui Pinto de forma ilegal, através de um ataque informático. Assim sendo, defende o também advogado, a identificação do arguido foi ilícita.
"Com o ataque informático, conseguiram a identificação do à data suspeito Rui Pinto, pelo que estamos claramente perante prova proibida, sendo assim nulo todo o processo após a identificação por este método proibido", lê-se nos documentos, citados pelo canal.
Estes documentos podem assim, segundo a Defesa de Aníbal Pinto, "por em causa todo o processo". O arguido pede assim que o tribunal autorize uma perícia independente ao próprio computador e a reinquirição de dois inspetores da PJ.
Recorde-se que, na quarta-feira, o Ministério Público (MP) pediu a condenação a pena de prisão de Rui Pinto, criador da plataforma eletrónica Football Leaks, por 89 dos 90 crimes de que está acusado no processo.
Nas alegações finais do processo Football Leaks, que começou em 4 de setembro de 2020, Marta Viegas, procuradora do MP, considerou que o único crime não provado foi o de sabotagem informática à SAD do Sporting.
Marta Viegas considerou também provado que o outro arguido do processo, o advogado Aníbal Pinto, deve ser condenado pelo crime de extorsão na forma tentada, pelo qual está acusado.
Rui Pinto, de 34 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
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