O presidente da Câmara Municipal de Lisboa assumiu, esta sexta-feira, que sente "alguma irritação" por parte do primeiro-ministro, mas explica que "o mais importante são soluções rápidas".
"Sinto alguma irritação", confessou Carlos Moedas sobre as palavras de António Costa, gravadas depois do Conselho Europeu, onde o chefe de Governo revela que não foi contactado pelo autarca depois de ver a sua casa inundada devido às intempéries dos últimos dias em Lisboa.
Em declarações à margem de um debate sobre "Como concretizar a transparência e prevenção da corrupção na Câmara Municipal de Lisboa?", o presidente da autarquia justifica que esteve "nas ocorrências mais graves" durante os últimos dias.
"O sr. primeiro-ministro dizia ontem que não lhe liguei naquela altura. Eu diria ao sr. primeiro-ministro que realmente o trabalho foi muito, que estivémos a lutar ao lado dos lisboetas e dos problemas", acrescenta Moedas.
"Aquilo que lhe diria é que fui eleito pelos lisboetas", atira, recorrendo depois a palavras do próprio António Costa: "O Partido Socialista tem de se habituar a isso."
O autarca assume também que, apesar de não ter estado em contacto com o primeiro-ministro, recebeu telefonemas de outros membros do Governo e defende que o importante não é "estarmos a falar se a casa de um ou a casa de outro foi afetada".
É verdade que durante esses dois dias o senhor primeiro-ministro não me ligou. Também é verdade que a sra. ministra Mariana Vieira da Silva decidiu visitar os concelhos - e bem - de Loures e de Oeiras e que não visitou Lisboa. Mas, para mim, o mais importante são soluções rápidas. Aquilo que eu peço ao sr. primeiro-ministro e ao Governo são soluções rápidas."
Agradecendo o trabalho dos bombeiros, da polícia e dos trabalhadores da câmara municipal, o autarca sublinha que a prioridade agora são as ajudas e que é nisso que pede ajuda ao Governo.
"Eu não preciso de telefonemas, eu preciso de ajuda rapidamente", frisou.
Da parte da Câmara Municipal em Lisboa, foi criado um "sítio na internet em que os lisboetas podem dizer quais foram os danos que sofreram, os problemas que tiveram", de modo a que a autarquia possa "ajudar rapidamente nessas compensações". Mas alerta: "O Governo tem de ajudar com muito mais".
Instado a avançar o valor estimado dos prejuízos no concelho, Carlos Moedas alegou que "não seria sério avançar já com um número".
"É uma cidade muito grande para estarmos a quantificar apenas por alto. Estamos à espera dessa informação", adianta.
[Notícia atualizada às 11h22]
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