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Qatargate? "A corrupção deve preocupar-nos a todos"

O escândalo de alegada corrupção no Parlamento Europeu (PE) levou hoje o primeiro-ministro, António Costa, a lembrar o papel de Portugal na inclusão do crime de corrupção como objeto do mandado de detenção europeia.

Qatargate? "A corrupção deve preocupar-nos a todos"
Notícias ao Minuto

18:34 - 13/12/22 por Lusa

País António Costa

"A corrupção deve preocupar-nos a todos, seja em Portugal, na Alemanha, na Suíça ou na União Europeia", respondeu António Costa às inquietações manifestadas no debate, no Parlamento, sobre o Conselho Europeu de quinta-feira, nomeadamente por André Ventura, do Chega, Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, e Rui Tavares, do Livre.

O primeiro-ministro disse que se orgulha de ter tido um papel para o crime de corrupção ser objeto do mandado de detenção europeia, um procedimento judicial transfronteiriço simplificado de entrega, para instauração de uma ação penal ou da execução de uma pena, ou de uma medida de segurança privativa da liberdade, emitido pelas autoridades judiciais dos países da UE e válido em todo o território da União, que funciona desde 1 de janeiro de 2004.

Rui Tavares antecipou que este tema domine a agenda da cimeira, porque "a credibilidade no PE (..) não se pode perder de um momento para o outro" e defendeu uma "agência de investigação própria" da UE, porque estes crimes "não são gregos, italianos ou belgas, são crimes europeus".

O líder do Chega considerou que seria "importante que o Conselho Europeu emitisse posição sobre este assunto" e que o primeiro-ministro "transmitisse a mensagem de insistência" em regras estritas nesta matéria.

Mariana Mortágua afirmou que o caso da detenção da vice-presidente do PE Eva Kaili, por alegado envolvimento num escândalo de corrupção, mostra que as instituições europeias não são imunes à corrupção mas, pelo contrario, que o 'lobby' "transformou-se num negócio em Bruxelas".

Na resposta, António Costa mostrou ainda apoio de forma inequívoca a como a presidente do PE, Roberta Metsola, reagiu relativamente "a este lamentável caso" e lembrou que Portugal é parte da Convenção da UE do combate à corrupção e, como outros Estados-membros, das comissões do Conselho da Europa do combate a esse tipo de crime.

O Parlamento Europeu (PE) destituiu hoje do cargo a vice-presidente Eva Kaili, uma decisão sobre a eurodeputada socialista grega aprovada por 625 votos a favor, um contra e duas abstenções.

O procedimento foi desencadeado por uma decisão da Conferência dos Presidentes (presidente do PE e líderes dos grupos políticos) mas a presidente do PE, Roberta Metsola, tinha já anunciado, na abertura da sessão plenária, a intenção de lançar o procedimento "para pôr termo" ao mandato de Kaili "num esforço para garantir a integridade" da instituição europeia.

Eva Kaili, que já tinha sido suspensa e posteriormente expulsa do grupo parlamentar dos Socialistas e Democratas, (S&D), encontra-se detida na Bélgica por alegado envolvimento num caso de corrupção relacionado com subornos do Qatar para influenciar as decisões do Parlamento Europeu relativas à realização da edição de 2022 do Mundial de futebol naquele país.

Leia Também: Esquerda italiana "chocada" com escândalo de corrupção de ex-eurodeputado

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