Meteorologia

  • 05 MAIO 2024
Tempo
21º
MIN 16º MÁX 21º

Eutanásia. Presidente da Assembleia da Madeira pede veto

O presidente do parlamento da Madeira apelou hoje ao Presidente da República que não promulgue o diploma da despenalização da morte medicamente assistida, considerando que está ferido de inconstitucionalidade por falta de audição das Regiões Autónomas.

Eutanásia. Presidente da Assembleia da Madeira pede veto
Notícias ao Minuto

15:38 - 09/12/22 por Lusa

País Eutanásia

Numa carta enviada a Marcelo Rebelo de Sousa, a que a Lusa teve acesso, José Manuel Rodrigues solicita que o projeto de lei "aprovado na Assembleia da República, sobre a morte medicamente assistida não punível, a denominada 'Lei da Eutanásia' não seja promulgado, por violação da lei e da Constituição".

O responsável do principal órgão de governo próprio da Madeira salienta que neste processo legislativo "foram solicitados diversos pareceres escritos e, consequentemente, recebidas respostas, bem como contributos e manifestações de posições".

Também decorreram audições na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, mas "não foi zelado o cumprimento de preceitos constitucionais e legais que se impunham e impõem observar", acrescenta, apontando que "a Assembleia da República não solicitou às Regiões Autónomas o respetivo parecer".

"Significa que o parecer das Regiões Autónomas e assim, o da Região Autónoma da Madeira, não foi tido em conta, por não ter sido sequer solicitado no processo legislativo, esgotada a fase de consultas e aprovada a iniciativa, sob figura de 'texto final' relativo à morte medicamente assistida não punível", enfatiza o responsável parlamentar madeirense.

José Manuel Rodrigues reforça que "inexistiu a necessária solicitação à Região Autónoma da Madeira pela Assembleia da República, que conferiria a possibilidade da Região emitir o seu parecer e com ele ter a oportunidade de influir, durante o processo legislativo".

O presidente do parlamento insular vinca que "se esgotou o processo", tendo sido excluídas "parcelas do território nacional com particularidades próprias, de que é decorrente o regime autonómico".

Rodrigues reforça ainda que esta situação "olvida a existência de órgãos próprios do sistema de saúde regional e não salvaguarda qualquer representatividade regional" numa iniciativa legislativa que "consubstancia matéria que respeita à Região".

Segundo o responsável, esta medida tem aplicação em todo o território nacional e "encerra variados intervenientes que olvidam e ou colidem com o quadro regional autonómico de entidades e instituições", nomeadamente o Serviço de Saúde que está regionalizado".

Para José Manuel Rodrigues, o diploma aprovado surge "em desarticulação e ou fazendo tábua rasa dos mesmos [intervenientes regionais] sem que a Região sequer se tivesse podido pronunciar, mediante a sua audição no processo legislativo".

Reforça ser constatável que, decorrido na Assembleia da República o processo legislativo, "não foi cumprido o dever de audição da Região Autónoma da Madeira".

A Assembleia da República aprovou hoje a despenalização da morte medicamente assistida em votação final global, pela terceira vez, com votos da maioria da bancada do PS, IL, BE, e deputados únicos do PAN e Livre e ainda seis parlamentares do PSD.

Votaram contra os grupos parlamentares do Chega e do PCP.

No total, estiveram presentes em plenário 210 deputados.

O decreto segue agora para redação final e ainda tem que ser apreciado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que o pode promulgar, vetar ou pedir a fiscalização preventiva do texto ao Tribunal Constitucional.

Leia Também: Eutanásia. PS e BE defendem solidez, Chega promete tentar reverter lei

Recomendados para si

;
Campo obrigatório