Meteorologia

  • 05 MAIO 2024
Tempo
17º
MIN 15º MÁX 20º

Ataques em Moçambique. Segurança também passa por controlo do "mar"

O chefe do Estado-Maior da Armada de Portugal, Henrique Gouveia e Melo, considerou hoje que a guerra contra os grupos armados na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, também passa pela segurança nas águas territoriais do país africano.

Ataques em Moçambique. Segurança também passa por controlo do "mar"
Notícias ao Minuto

19:59 - 29/11/22 por Lusa

País Moçambique/Ataques

"A segurança é transversal" e inclui o mar, que é "uma fronteira permeável, que se não for controlada" pode ser usada por grupos armados para criar instabilidade, referiu Gouveia e Melo.

O militar português falava à margem da 3.ª Conferência da Economia do Mar, organizada em Maputo pela Câmara de Comércio Portugal Moçambique.

Reconhecendo que "o mar é um elemento agreste e difícil de controlar", o almirante Henrique Gouveia e Melo defendeu a necessidade de os Estados concentrarem esforços na proteção das suas águas territoriais, assinalando que estes espaços podem ser palco de atividades criminosas.

Ainda sobre o combate aos grupos armados em Cabo Delgado, Gouveia e Melo observou que Portugal "dá o apoio possível", notando que o país "não tem capacidades ilimitadas".

"Nós damos apoios que são aceites por Moçambique e aqueles que nós também podemos dar", enfatizou.

O chefe do Estado-Maior da Armada de Portugal frisou que o seu país estará sempre com Moçambique na luta contra a violência radical, porque "os dois povos são irmãos".

"É uma preocupação, porque afeta um país que é um nosso irmão", frisou Henrique Gouveia e Melo, que nasceu na cidade de Quelimane, na província da Zambézia, centro de Moçambique, e falou da emoção de voltar ao país africano.

Na sua intervenção na conferência, Gouveia e Melo destacou a importância do mar para a economia de Moçambique e dos país vizinhos, que dependem dos portos moçambicanos para o seu comércio internacional.

"Moçambique ocupa uma posição estratégica, porque os portos moçambicanos são porta de entrada para as trocas comerciais dos países do interior", destacou.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Leia Também: Moçambique. Detidos por "indícios de apoio ao terrorismo" pedem liberdade

Recomendados para si

;
Campo obrigatório