Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
20º
MIN 15º MÁX 21º

Zero e Oikos elogiam avanço de fundo, mas mitigação ficou "muito aquém"

As organizações Zero e Oikos elogiam hoje o avanço do fundo para financiar danos climáticos sofridos por países vulneráveis, que classificam de "histórico", mas consideram que a redução das emissões "fica muito aquém do necessário".

Zero e Oikos elogiam avanço de fundo, mas mitigação ficou "muito aquém"
Notícias ao Minuto

11:04 - 20/11/22 por Lusa

País COP27

Nesta Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (COP27) as questões primordiais em cima da mesa giraram em torno das Perdas e Danos, Mitigação, Adaptação e Financiamento Climático.

"Em nenhuma delas esta COP cumpriu inteiramente", consideram as organizações num comunicado conjunto, afirmando que as discussões foram marcadas pelos constantes apelos e reivindicações por maior ambição e justiça climática, culminando positivamente num acordo sobre a criação de um Fundo para Perdas e Danos.

Contudo, lamentam, "o texto final não reflete a necessidade de eliminar gradualmente todos os combustíveis fósseis, condição essencial para assegurar um aquecimento não superior a 1,5°C em relação à era pré-industrial".

"Aspetos cruciais da mitigação não foram consignados no plano de implementação de Sharm El Sheikh e não se progride em relação a Glasgow, como sejam o garantir um pico de emissões antes de 2025, a necessidade de metas mais ambiciosas de todos os países, ou o abandono progressivo ou definitivo dos combustíveis fósseis", salientam.

Para as organizações, que estiveram presentes na COP27, no Egito, o incumprimento destas premissas significa que, afirmam, "todo o financiamento climático corresponde a dinheiro que pode abrandar um pouco a nossa velocidade, mas mantém-nos na 'autoestrada para o inferno'".

No seu entender, é fundamental que se aproveite o ímpeto criado em torno da justiça climática, direcionando agora a luta para "a tarefa árdua" de garantir melhores resultados nestas frentes na COP28 nos Emirados Árabes Unidos.

Assinalam que esta conferência teve "a particularidade" de se realizar no continente africano durante um ano particularmente difícil em termos de catástrofes naturais agravadas pelas alterações climáticas.

Segundo as organizações, o plano reconhece "o papel relevante de proteger, conservar e restaurar a natureza e os ecossistemas", mas consideram que, na área da energia, "a referência às energias renováveis fica aquém do desejável, abrindo caminho a modos de produção insustentáveis".

"Infelizmente, esta COP27 e todos os países que nela participaram, também não estiveram à altura e não souberam defender o futuro da humanidade perante os interesses das grandes empresas de petróleo e gás. Não é à toa que esta COP acolheu através das delegações de diversos países, mais de 600 lobistas de combustíveis fósseis", observam no comunicado.

A ZERO e a Oikos destacam positivamente a vontade demonstrada por Portugal em desempenhar "um papel mais ativo e preponderante nas próximas cimeiras do clima", incluindo a disponibilidade para coordenação política de temas em discussão, bem como a responsabilidade de ter uma presença física nos recintos através de um Pavilhão de Portugal.

Notam ainda "com agrado" que Portugal anunciou uma contribuição de um milhão de euros para o Fundo de Adaptação a acrescentar aos quatro milhões incluídos no restante financiamento climático para mitigação e adaptação.

A ZERO e a Oikos consideram que estes montantes devem ser revistos em alta e defende um trabalho conjunto com o Governo no sentido de olhar para critérios que substanciem um valor justificado e equilibrado por parte de Portugal.

Leia Também: Clima. O que determinam os dois acordos adotados na COP27?

Recomendados para si

;
Campo obrigatório