A Polícia Judiciária (PJ) encontrou a jovem de 15 anos, que desapareceu há um mês e meio da instituição Madre Matilde, na Póvoa de Varzim, após ter denunciado o padrasto por abusos sexuais. O padrasto e a mãe foram detidos.

A notícia foi avançada pela CNN Portugal e confirmada pela PJ.

Num comunicado, enviado esta quinta-feira às redações, a autoridade revelou que localizou e deteve em flagrante delito, em Vila Nova de Famalicão, dois suspeitos fortemente indiciados pela prática do crime de sequestro agravado.

"Os factos remontam a finais de setembro de 2022, quando os arguidos induziram uma menor, filha de um deles, a fugir de uma instituição onde se encontrava acolhida, por decisão judicial, em Vila do Conde, tendo-a mantido a partir dessa data privada da sua liberdade de locomoção, sem poder sair, ir à escola ou conviver com outras pessoas", acrescentou a PJ.

Durante o período em que a jovem esteve desaparecida, os detidos "desdobraram-se no envio de e-mails para as mais diversas entidades e entrevistas à comunicação social alegando sempre desconhecer o seu paradeiro".

O padrasto, de 43 anos, e mãe, de 31, vão ser presentes à autoridade judiciária competente para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas. Já a menor foi entregue à Instituição onde se encontrava institucionalizada.

O desaparecimento da jovem foi denunciado também pela CNN Portugal, que na passada segunda-feira, revelou já que as autoridades desconfiavam que a jovem estivesse "em risco" por estar em contacto direto com o padrasto. 

O caso foi entregue à Polícia Judiciária na sexta-feira e as buscas pela jovem tiveram início na segunda-feira.

À CNN Portugal, a mãe e o padrasto afirmaram que sabiam que a jovem estava bem e que fugira da instituição por ser "alvo de bullying".

Entretanto, foram divulgadas várias mensagens enviadas pelo padrasto a colegas da enteada. Nas SMS, o homem difamava a menina, dizendo que esta só frequentava a escola para "ter sexo".

Mais tarde, escreveu e-mails à jovem a prometer-lhe, se voltasse para casa, bens materiais e uma atitude mais benevolente com as suas vontades.

Ainda segundo a CNN Portugal, o homem não acatou as ordens do tribunal, que o impedia de visitar a jovem, e dirigiu-se várias vezes à instituição e à escola que esta frequentava. As autoridades tiveram de ser chamadas várias vezes e o padrasto acabou mesmo por ser alvo de uma queixa por perseguição por parte de uma funcionária do Instituto Madre Matilde.

Além disso, duas juízas, que estiveram responsáveis pelo caso da adolescente, pediram escusas do processo, devido a ameaças por parte do homem.

[Notícia atualizada às 16h57]

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