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Afinal, o que se pode esperar para o outono? Tempo quente e menos chuva

Uma especialista do IPMA contou ao Notícias ao Minuto mais alguns detalhes sobre o que podemos esperar para as próximas semanas.

Afinal, o que se pode esperar para o outono? Tempo quente e menos chuva
Notícias ao Minuto

17:24 - 14/10/22 por Ema Gil Pires

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As primeiras semanas de outono ficaram marcadas, na maior parte do território nacional, por temperaturas mais altas do que o esperado e pouca chuva, excetuando alguns episódios de precipitação mais intensa. Será esta uma tendência que continuará a verificar-se durante toda a estação?

Segundo a previsão sazonal do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), prevê-se efetivamente que, entre os meses de outubro e dezembro, se registe uma precipitação abaixo da média e um cenário de tempo mais quente do que seria de esperar nesta altura do ano.

Ao Notícias ao Minuto, uma especialista da Divisão de Previsão Meteorológica e de Vigilância do IPMA ofereceu mais alguns detalhes sobre as próximas semanas.

Tempo quente vai continuar? E a chuva, vai aparecer?

Comecemos, então, pelas temperaturas. Os modelos matemáticos que permitem os meteorologistas fazer estas previsões apontam para que, na próxima semana, se registem "temperaturas acima do normal, que podem chegar até aos 6ºC acima" do que seria de esperar para esta época, e principalmente nas regiões do interior do país. Existe uma "probabilidade de 80% para que isso aconteça", explicou-nos a meteorologista.

E é ainda de esperar que este "cenário de tempo quente" se mantenha no "final do mês de outubro e até início do mês de novembro", embora com temperaturas que devam ficar, apenas, "3ºC acima do normal" em grande parte do território. Neste caso, existe uma "probabilidade entre 50% e 60%" para que isso aconteça efetivamente.

Em causa estão, salvaguardou a especialista, análises que têm por base comparações que se baseiam nos indicadores climatológicos registados nos últimos 20 anos e que se baseiam em probabilidades. "Todos os modelos têm erros, e à medida que nós fazemos previsões mais estendidas no tempo, esses erros também podem amplificar-se", esclareceu.

Já no que diz respeito à chuva, este fim de semana vai trazer algumas novidades. "Já a partir do fim de semana, e em concreto de domingo, espera-se aqui uma mudança, com a ocorrência de alguma precipitação", referiu. As previsões apontam ainda para que "se possa manter ao longo da próxima semana - o que não quer dizer, no entanto, que vá chover todos os dias".

Apesar de se esperar que a próxima semana "seja um pouco mais chuvosa do que é normal para a época do ano", a semana que começa a 24 de outubro, segundo as previsões disponíveis de momento, não apontam "para que se mantenha esse regime de precipitação" elevada. Aliás, tudo indica para que se registe um "cenário de tempo seco no final do mês e início do próximo".

Risco de incêndio elevado permanecerá uma realidade?

E mesmo com alguma chuva no fim de semana, isso não significa que o país esteja livre do risco de incêndio. Aliás, este deverá manter-se "moderado a elevado". Isto porque esta "época antes de começar a chover um pouco mais, como é típico do outono, poderá colocar-nos sempre numa qualquer situação que possa ser gravosa em termos da propagação de incêndios", considerou a especialista do IPMA.

Além do mais, as atuais previsões indicam que, durante o mesmo, a "precipitação mais intensa" deve ficar "restringida à região do Minho e Douro Litoral, no sábado e no domingo", e que "só a partir da tarde é que possa estender-se à região Centro e, eventualmente, à região Sul, embora aí com menos intensidade". E, portanto, nessas regiões o "risco de incêndio ainda se mantém elevado em alguns concelhos". Até porque se prevê, também, uma "intensificação do vento no dia de domingo", que contribui grandemente para a propagação de fogos rurais, explicou a especialista.

"Não quero dizer que se esperem incêndios de grandes dimensões, porque já não estamos no pico do verão e as condições do sol também já são diferentes. Mas se ocorrer algum incêndio que possa descontrolar-se, ainda existem condições para que se propague", referiu a fonte da Divisão de Previsão Meteorológica e de Vigilância do IPMA.

Posto isto, as zonas "litorais" das regiões "Norte e Centro" do país devem "estar um pouco mais salvaguardadas" desse risco durante este período, "porque à partida já se espera alguma precipitação". Porém, a "região Centro ainda apresenta alguma gravidade no que diz respeito à propagação de incêndios rurais", disse.

E o que podemos prever para a seca?

Questionada acerca das consequências que a efetiva concretização destas previsões pode ter para uma evolução da seca em Portugal, a meteorologista concluiu: "É expectável que possa agravar-se se não caírem as quantidades necessárias de chuva - ou aquelas que, climatologicamente para o nosso país, seriam desejáveis".

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