D. Manuel Clemente, cardeal Patriarca de Lisboa, fez novas declarações à RTP sobre os alegados abusos sexuais na Igreja Católica garantindo que "estão a fazer tudo o possível para que esta questão seja resolvida, tanto quanto humanamente possa ser", e se "criem condições para que os meios da Igreja sejam cada vez mais meios seguros para todas as idades, a começar pelas mais novas".
O Patriarca considerou ainda que tem sido feito, por parte das instituições eclesiásticas nacionais, "tudo aquilo que está previsto quer na lei civil quer na lei canónica" quanto a estas eventuais situações.
Ainda em declarações ao canal público, D. Manuel Clemente deu mais informações sobre o seu encontro com Francisco. "Fui a Roma porque achei que o Papa devia saber diretamente por mim aquilo que se dizia e acontecia em Portugal e era publicado", justificou.
"Com a particular responsabilidade que a Igreja me confia era ao Papa que eu tinha de dizer diretamente e, da parte do Papa, encontrei a melhor compreensão e ele está completamente à vontade quer para manter, quer para mudar. Da minha parte, fiz o que tinha a fazer", vincou o Patriarca.
Já questionado sobre se recebeu confiança por parte do Sumo Pontífice durante o encontro, D. Manuel Clemente foi taxativo: "Creio que sim. Recebeu-me benevolamente, escutou-me com atenção".
De lembrar que D. Manuel Clemente terá posto o seu lugar à disposição, depois de ter reunido no mês passado com o Papa Francisco, no Vaticano, para esclarecer as recentes notícias sobre a alegada inação da Igreja Católica portuguesa em casos de eventuais abusos sexuais por parte de sacerdotes.
Em comunicado, publicado em 5 de agosto, o Patriarcado de Lisboa disse que Manuel Clemente foi recebido por Francisco, a seu pedido, "em audiência privada". "O encontro, pedido pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, realizou-se num clima de comunhão fraterna e num diálogo transparente sobre os acontecimentos das últimas semanas que marcaram a vida da Igreja em Portugal", acrescentava a nota.
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