Por força da idade, Hortensia, uma mulher espanhola, foi obrigada a mudar-se para um lar de idosos. Foi, mas continuou a voltar a casa semanalmente para cuidar do gato e ver como estavam as coisas.
Um dia, uma vizinha deu conta de que a luz estava acesa em casa fora das horas em que a idosa lá ia. Eram ocupantes que acabaram por lá estar durante três meses. Encheram a piscina, encomendaram pizzas e não há sinal do gato.
"Naquele dia uma vizinha chamou-me para me dizer que viu luzes dentro de casa", conta o seu genro, Javier del Pino, ao El Mundo.
Javier chamou a polícia por achar que eram assaltantes, mas o assunto não se resolveu.
"Os ocupantes mostraram à Guardia Civil alguns talões de compra de pizzas que tinham encomendado dias antes com o endereço da casa. Ajudou-os a provar que não estavam a cometer um delito flagrante", explica Javier. O genro de Hortensia mal sabia o inferno que lhes esperava.
Os intrusos encheram a piscina, que estava vazia, e já consumiram 319.000 litros de água em três meses. Ligaram a Javier da empresa que fornece água a perguntar por que é que há tanto consumo. "Nem sequer quero ver as contas de eletricidade", diz.
Face a tal situação, os familiares de Hortensia decidiram não lhe contar a situação em que se encontrava a sua casa para não a perturbar. "Ela gostava muito do gato e nós também não sabemos o que lhe aconteceu", revela Javier.
O julgamento aconteceu dois meses depois da primeira denúncia e identificação dos intrusos. No dia 19 de julho, dois suspeitos foram considerados culpados por crime de ocupação indevida de imóvel e, segundo Javier, condenados ao pagamento de uma multa de "quatro meses com quota diária de quatro euros".
Foram depois identificados outros dois intrusos, também chamados a julgamento. "No primeiro julgamento, os intrusos argumentaram ter comprado a casa a outra pessoa por 500 euros." No segundo julgamento "nem sequer compareceram."
O genro de Hortensia refere que os suspeitos têm extenso historial criminal e que são "ocupantes profissionais". Saem de um julgamento e entram noutro. Javier assegura, ainda, que os ocupantes ameaçaram instalar-se em casa da sogra de forma permanente, supostamente para receber ajudas e indemnizações por parte do governo.
"É um roubo consentido pelos governos", assevera Javier.
Ainda segundo o El Mundo, o número de ocupações ilegais tem vindo a aumentar , com as comunidades autónomas de Cantabria e La Rioja a registar aumentos respetivos de 96% e 192%.
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