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"Não queria acatar ordens". GNR faz queixa de 'rapper' e nega violência

Hugo Ernano apresentou queixa na esquadra da Polícia de Segurança Pública contra o cantor Plutónio.

"Não queria acatar ordens". GNR faz queixa de 'rapper' e nega violência
Notícias ao Minuto

08:00 - 30/08/22 por Marta Ferreira

País Hugo Ernano

O militar da GNR Hugo Ernano apresentou na quarta-feira, dia 24 de agosto, queixa por difamação contra o 'rapper' Plutónio na esquadra da Polícia de Segurança Pública de Odivelas. 

Em causa está uma entrevista a Rui Unas, no programa 'Maluco Beleza', que remonta a 4 de junho de 2020. Nessa conversa, a qual Hugo Ernano só agora teve conhecimento, Plutónio, nome artístico de João Azevedo, acusa o GNR de racismo alegando que o militar o agrediu e sufocou oito vezes numa intervenção policial.

Contactado pelo Notícias ao Minuto, Hugo Ernano nega a violência da abordagem que teve com o cantor bem como as acusações de racismo de que é alvo. 

"Ele mentiu na entrevista, e agora vai ter de provar", frisou o militar esclarecendo que houve, sim, uma intervenção policial que o envolveu a si e ao 'rapper', mas não fez "mata leões nem adormeceu oito vezes".

Hugo Ernano indigna-se ainda com a ligação que é feita entre seu caso com George Floyd, o afro-americano assassinado em Minneapolis, no dia 25 de maio de 2020, estrangulado por um polícia que o asfixiou com o joelho no pescoço. "É racismo do mais puro, que em nada me identifica", sublinha o militar. 

Na entrevista, recorde-se, Plutónio começa por se referir a Ernano como “o polícia que matou um miúdo cigano, que estava dentro de uma carrinha, com um tiro”, antes de relatar o episódio em que esteve envolvido, em 2009. "Era 'bué' puto quando aconteceu e ele [o GNR] ainda se gabava" do sucedido, explica o cantor na entrevista acrescentando que, na esquadra, consigo algemado, Hugo Ernano o asfixiou "oito vezes". 

A essas declarações, o militar diz ao Notícias ao Minuto que o músico "nem era menor, nem estava algemado" e conta a sua versão dos factos. 

"À data dos factos, ele tinha 24 anos e já um extenso leque de problemas com as autoridades", começa por dizer. "Foi uma situação em que eu fui dar apoio à patrulha porque um agente da GNR foi atropelado por um traficante de droga, e, no decorrer da ação policial, ele [Plutónio] não tinha identificação no local e tivemos que o identificar no posto porque no local não existiam razões de segurança para o fazer", explica. 

Ernano diz que o músico inicialmente assentiu "mas mudou de ideias". "Sempre muito mal educado e não queria acatar às ordens", aponta frisando que, depois de uma resistência inicial, "foi transportado para o sub destacamento de livre vontade". 

O GNR frisa que não existiu racismo na abordagem nem a violência de que é acusado e que, por isso, Plutónio terá de responder em tribunal. 

Nas redes sociais, Hugo Ernano também se manifestou afirmando que "quem não se sente não é filho de boa gente". "A mentira tem perna curta e não se pode apelar ao ódio e ao racismo só para fazer de bandeira. Agora saberemos a verdade no local certo, nos tribunais", escreveu numa publicação feita esta segunda-feira.  

O Notícias ao Minuto contactou o músico, mas, até à publicação desta notícia, não obteve qualquer resposta. 

Recorde-se que Hugo Ernano foi candidato do Chega à Assembleia Municipal de Odivelas e já tinha sido cabeça de lista do Chega pelo Porto nas legislativas de 2019. 

Em 2013 foi condenado por ter atingido mortalmente a tiro um rapaz de 13 anos durante uma perseguição policial na sequência de um assalto. O caso remonta a 2008 e ocorreu em Santo Antão do Tojal, no concelho de Loures.

Leia Também: MP abre investigação a caso de alegado racismo contra filhos de Ewbank

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