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Serra da Estrela? Incêndio é "tragédia" para "ambiente e biodiversidade"

Declarações foram proferidas pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.

Serra da Estrela? Incêndio é "tragédia" para "ambiente e biodiversidade"
Notícias ao Minuto

19:48 - 12/08/22 por Ema Gil Pires

País MAI

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, considerou esta sexta-feira, em declarações aos jornalistas, que o incêndio que deflagrou no sábado na Covilhã e que devastou já dezenas de milhares de hectares na Serra da Estrela é uma "tragédia" do ponto de vista "da biodiversidade e do património ambiental".

A propósito deste fogo, o governante garantiu que "todos os esforços têm sido feitos para preservar pessoas e bens" - e que o "país está a empregar todo o conhecimento que tem da gestão de circunstâncias muito difíceis".

Em causa está um incêndio que continua a lavrar numa altura em que, segundo José Luís Carneiro, estão "conjugados todos os fatores críticos" para a ocorrência de fenómenos desta natureza: "as condições meteorológicas, a seca extrema, a massa florestal que se foi acumulando desde 2003/2004 e a não existência de acessos ao interior da floresta". 

Tudo isto leva o ministro da Administração Interna a referir-se a este como um "contexto de enorme complexidade em que só mesmo o espírito e a força de cooperação [...] é que nos permite estarmos a perspetivar encontrar, tão breve quanto possível, uma solução para este incêndio que nos tem angustiado a todos".

Num ano em que, de acordo com o ministro, existem "mais meios humanos, meios técnicos e investimento nas forças de bombeiros", a verdade é que, "face às circunstâncias" que os fogos florestais têm proporcionado aos bombeiros, "os meios são sempre limitados para o conjunto das exigências que se enfrentam".

Apesar do cenário se aparentar preocupante, José Luís Carneiro fez questão de salientar que as "últimas noites" resultaram numa certa "recuperação de humidade", positiva para o combate a incêndios. Porém, citou ainda as mais recentes previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que apontam "para aumentos dos valores das temperaturas" nos próximos dias.

"Considerada a seca extrema e os ventos, todos os cuidados são pouco para enfrentarmos as semanas que temos pela frente", destacou ainda o responsável pela pasta da Administração Interna - que pediu à população "todos os cuidados no uso de fogo e máquinas", que respeite as "orientações da Proteção Civil" e que dê o seu "contributo para que o país consiga enfrentar as semanas que irá ter pela frente".

Até porque, na sua ótica, "o mais importante em relação aos incêndios é mesmo evitá-los". Porém, o ministro apontou ainda a necessidade de fazer "um combate sem tréguas aos incendiários", indicando que foram já detidos "119 indivíduos detidos suspeitos da prática do crime de incêndio provocado".

Face às críticas que têm sido feitos ao trabalho da Proteção Civil e das equipas no terreno no combate aos incêndios deste ano, José Luís Carneiro disse apenas que "todas as críticas que são feitas são, certamente, para que consigamos fazer melhor e devem ser entendidas como tal".

O governante endereçou ainda uma mensagem de "solidariedade às populações da Serra da Estrela", elogiando a forma como se "têm mobilizado" para ajudar no combate a este grande fogo que deflagrou, no sábado, por volta das 3h da manhã na localidade de Garrocho. Desde então, o incêndio não tem dado tréguas aos bombeiros.

Até ao momento, arderam já mais de 16.000 hectares entre os distritos de Castelo Branco e Guarda, de acordo com o sistema de vigilância europeu Copernicus.

Segundo a informação divulgada no site da Proteção Civil, pelas 20h25 combatiam este incêndio na Serra da Estrela 1.598 operacionais, acompanhados de 453 veículos e de dois meios aéreos. Por essa hora, registavam-se um total de cinco incêndios em curso no país.

[Notícia em atualização]

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