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Abusos na Igreja. Denunciantes 'postos de lado' e suspeitos "no ativo"

Padre contou situações de alegados abusos sexuais de que teve conhecimento à RTP.

Abusos na Igreja. Denunciantes 'postos de lado' e suspeitos "no ativo"
Notícias ao Minuto

10:56 - 04/08/22 por Notícias ao Minuto

País Igreja Católica

Um padre da diocese de Lisboa revelou, à RTP, dois casos de alegados abusos sexuais de menores levados a cabo por membros da Igreja Católica, revelando que "ainda hoje estão no ativo padres suspeitos". No mesmo testemunho, o padre conta ainda que os denunciantes foram 'postos de lado' durante anos. 

"Acreditei nas pessoas, continuo a acreditar. Os defendi e os defendo e alguns ainda hoje os acompanho e os ajudo em termos psicológicos, humanos, espirituais", testemunhou o padre católico à estação pública, acrescentando: "Foi nesta sala que ouvi os dirigentes, foi nesta sala que ouvi os rapazes, e sei ainda hoje muito bem o que eles me disseram". 

Conta a RTP que, segundo a denúncia, em 1997, numa casa da região Oeste do distrito de Lisboa vários adolescentes foram abusados por um sacerdote. "Abusos com os órgãos sexuais. Entre os rapazes, nem [com] todos acabou por se consumar o abuso, porque houve os que recusaram e fizeram frente", apontou ainda o padre denunciante. "Alguns foram retaliados e algo punidos em diferentes momentos, outros não tiveram coragem para se opor". 

Este padre ouvido denunciou também à hierarquia os abusos: "Todos os casos que me chegaram e que pude identificar [...] eu fi-los". Houve sacerdotes que, ao contarem os alegados crimes de que tiveram conhecimento, foram afastados, sendo obrigados a mudar de diocese. 

A Igreja Católica, de acordo com este padre que falou à RTP, não poderá alegar que não tinha conhecimento dos casos. "Pelo menos em relação a estes casos [dois sobre o qual o padre testemunhou], não". 

Recorde-se que o Ministério Público abriu 10 inquéritos a partir das 17 denúncias anónimas reportadas pela Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica em Portugal.

Dos inquéritos instaurados, sete encontram-se em investigação e três (na sequência de quatro situações denunciadas) foram arquivados: um por prescrição, outro porque se apurou que os factos já tinham sido julgados e alvo de condenação num outro processo e um terceiro por falta de provas.

Leia Também: Abusos na Igreja? "Houve, de facto, a ocultação de um criminoso"

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