Ministro espera que plano da AMP para uso eficiente da água seja repetido
O ministro do Ambiente disse hoje esperar que algumas medidas que integram o protocolo de promoção do uso eficiente da água, assinado entre a Área Metropolitana do Porto e Agência Portuguesa do Ambiente, possam ser replicadas no país.
© Lusa
País Duarte Cordeiro
"Na colaboração oficializada hoje entre os vossos 17 municípios e a Agência Portuguesa do Ambiente encontrei exemplos inovadores que espero poderem ser replicados", salientou o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro.
O governante, que marcou presença na assinatura do protocolo entre a Área Metropolitana do Porto (AMP) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para o desenvolvimento do Plano Metropolitano de promoção do uso eficiente da água, destacou medidas como a rega sustentável dos espaços públicos (jardins) e o manual de boas práticas que será desenvolvido em parceira com a Faculdade de Arquitetura e a de Engenharia da Universidade do Porto.
Lembrando que em Portugal "a seca não é conjuntural, é estrutural", o ministro destacou que a gestão deste recurso é "um desafio e uma responsabilidade de todos".
"Todos nós nos temos de nos habituar a gerir de forma racional a água", considerou.
À margem da assinatura do protocolo, Duarte Cordeiro destacou a campanha de sensibilização nacional, promovida pelas Águas de Portugal e a APA, para "apelar a todos os setores para participarem neste esforço de reduzir o consumo de água".
Aos jornalistas, o ministro adiantou ainda que a 10.ª reunião da Comissão Interministerial de Acompanhamento da Seca decorrerá na sexta-feira e que na mesma será feito um "ponto de situação das medidas que tem sido adotadas, o impacto das mesmas e da evolução da situação meteorológica".
"É nesse contexto que vamos equacionar tomar medidas ou não, em função daquilo que é a expectativa que existe relativamente à situação que foi apresentada", observou.
O Plano Metropolitano para a poupança de água, apresentado a 08 de julho e aprovado pelos 17 municípios que constituem a AMP, resulta de um protocolo com a APA, que vai financiar em 85% os cerca de 580 mil euros a investir, de uma verba de cinco milhões de euros prevista no Fundo Ambiental.
A cada município caberá a comparticipação de cinco mil euros.
Durante a sessão, o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, salientou que o plano metropolitano é um "pontapé de saída" para regular o uso dos recursos hídricos.
Dizendo não esperar que o plano "resolva todos os problemas", o presidente da AMP salientou que "cada um tem de fazer a sua parte descurando e abandonando a ideia de que estes são problemas suficientemente macro para nenhuma das ações ter efeito".
"Devemos olhá-lo como um pontapé de saída para uma atividade que pretendemos regular e fazê-lo pensando no pequeno jardim, mas ao mesmo tempo, olhando para uma escala macro e se no meio deste debate que vamos fazer não temos de começar a pensar em estratégias de médio e longo prazo", disse.
Também o vice-presidente da APA, José Pimenta Machado, salientou que a AMP é a "segunda região do país que mais água consome" e que, à semelhança de outras regiões do país, a aposta passa pela "eficiência".
"Aí, há um caminho enorme que temos de fazer", observou.
No âmbito desta iniciativa, a AMP vai promover "ações de sensibilização direta" durante a época balnear e de lazer, financiar "políticas de rega sustentáveis", criar um "manual de boas práticas" sobre rega de jardins públicos, fontanários e outros equipamentos, um concurso vocacionado para as escolas para desenvolverem "propostas de intervenção numa lógica de democracia participativa" e duas "grandes conferências" temáticas em dois concelhos da AMP.
O plano da AMP prevê também a criação de um "manual de boas práticas" a "ser desenvolvido por especialistas, seja da Faculdade de Arquitetura, seja da de Engenharia que fique e que sirva além da AMP, que seja utilizado por outras autarquias e entidades", esclareceu o presidente da AMP aquando da aprovação do protocolo.
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