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Football Leaks. Rui Pinto deve concluir consulta de aparelhos em agosto

A consulta do criador do Football Leaks, Rui Pinto, aos discos apreendidos pela Polícia Judiciária (PJ) deve estar concluída até ao final de agosto e a tempo da próxima sessão do julgamento, revelou, esta quinta-feira, o advogado do arguido.

Football Leaks. Rui Pinto deve concluir consulta de aparelhos em agosto
Notícias ao Minuto

19:38 - 14/07/22 por Lusa

País Football Leaks

No final da sessão do julgamento, realizada no Juízo Central Criminal de Lisboa, Francisco Teixeira da Mota expressou a sua convicção ao tribunal, após ser questionado sobre o tema pela presidente do coletivo de juízes, Margarida Alves.

"Até ao final das férias judiciais ficará concluído", adiantou. O período de férias judiciais arranca este sábado e prolonga-se até 31 de agosto, tendo a próxima sessão ficado agendada para 12 de setembro, às 09:30.

A continuação da reinquirição do inspetor da PJ José Amador, que coordenou a investigação deste caso, marcou a audiência de tarde. A defesa de Rui Pinto não escondeu a insatisfação pela falta de esclarecimentos obtidos ao fim de quase uma hora de perguntas sobre os temas abordados na reunião de 08 de setembro de 2020 entre os inspetores da PJ e a procuradora do Ministério Público (MP) no julgamento, Marta Viegas, que pediu a realização desse encontro.

"Acho que isto é gozar connosco. Tem de ficar claro que a testemunha não está a contar mais não porque não sabe, mas porque não quer", chegou a afirmar Francisco Teixeira da Mota, continuando: "Já percebi que não vamos a lado nenhum".

José Amador referiu que a reunião visou "esclarecer questões relacionadas com o inquérito e situações de contexto processual", admitindo que os relatos de diligência externa (RDE) da PJ sobre o encontro na A5 entre Nélio Lucas, o colaborador Pedro Henriques e o arguido Aníbal Pinto, em outubro de 2015, possam ter sido abordados, mas sem adiantar o que foi dito sobre este tópico na reunião por assumir não se recordar.

"Não estou a tentar escamotear a verdade para a opinião pública ou o tribunal. Faço o meu melhor para ser o mais detalhado possível, mas tenho o direito a não me recordar", disse. E confrontado com o facto de o assunto do email a convocar para a reunião ser precisamente acerca do RDE, o inspetor coordenador da investigação defendeu que não foi um erro e que não negava o título do referido email.

Sobre a reunião, José Amador tinha confirmado de manhã as presenças dos colegas Carlos Cabreiro, Rogério Bravo, Paulo Abalada, José Garcia e Hugo Monteiro, além da procuradora. No entanto, de tarde, reconheceu que José Garcia poderia não ter estado presente por eventualmente estar de férias e o próprio inspetor visado confirmou, após contactar a agência Lusa, que não esteve nessa reunião por se encontrar a gozar férias nessa data.

Por último, a defesa de Rui Pinto e a defesa do Sporting, que é assistente neste processo, manifestaram-se "estupefactos" com o reconhecimento pelo inspetor da PJ de que as reuniões entre procuradores do MP na fase do julgamento e inspetores que são testemunhas ocorrem regularmente. "Já aconteceu comigo noutras ocasiões", adiantou José Amador, adicionando: "Faço com frequência, fi-lo com várias partes e não vejo que venha daí mal ao mundo".

"Ficámos -- eu e, pelo menos, o Dr. Francisco Teixeira da Mota - estupefactos com a frequência dessas reuniões. Represento o Sporting, que foi o primeiro a fazer queixa, e também fiz vários emails à PJ a pedir informações sobre o processo. Tirar dúvidas, todos gostaríamos de o fazer. Se eu tivesse pedido uma reunião nestes termos, o senhor marcava?", atirou a advogada do Sporting, que é assistente no processo, Susana Sollari Cardoso, sem deixar de questionar se a reunião era mesmo necessária e se as dúvidas não podiam ser esclarecidas já no julgamento.

Rui Pinto, de 33 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 07 de agosto de 2020, "devido à sua colaboração" com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu "sentido crítico", mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

Leia Também: Football Leaks: PJ nega afinar estratégias em reunião com procuradora

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