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A marca deixada por José Eduardo dos Santos "é a da corrupção do regime"

Francisco Louçã comentou que o enriquecimento do antigo presidente de Angola, "foi favorecido pelas autoridades portuguesas e, depois, por novas alianças".

A marca deixada por José Eduardo dos Santos "é a da corrupção do regime"

Francisco Louçã abordou, esta sexta-feira, no seu espaço de comentário na SIC Notícias, a morte de José Eduardo dos Santos, explicando que "não terminou ainda o seu ciclo político", que será continuado por João Lourenço.

O economista recordou o "longuíssimo período de adaptação [de José Eduardo dos Santos] a várias fases de tragédia, dificuldades, guerra e contradições", comentando que, na última fase, "já não havia justificação para que não houvesse eleições, abertura democrática e a utilização de recursos do país, que são imensos".

Louçã frisou que Angola "é um país riquíssimo e a população miserável", visto que "70% vive com menos de 1 dólar por dia". A seu ver, a marca que José Eduardo dos Santos deixa "é a da corrupção do regime, do enriquecimento da sua família e de um grupo significativo dos seus oficiais e das pessoas que andam à sua volta".

O economista considerou que "este enriquecimento foi favorecido pelas autoridades portuguesas e, depois, por novas alianças", lembrando que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) surgiu através de uma aliança muito próxima de Cuba. Mais tarde, "por razões de petróleo", Angola aproximou-se muito dos Estados Unidos da América e, hoje, "é um parceiro de grandes empresas internacionais que fizeram o jogo da corrupção com todo o à vontade ao longo deste tempo", salientou.

"Houve um caminho aberto para esta participação de capitais que eram lavados neste contexto com um grande peso na economia portuguesa e naturalmente dominando a economia angolana", afirmou o comentador, mencionando que "isto é o retrato do longuíssimo período em que José Eduardo dos Santos dirigiu um regime autoritário e um processo de corrupção que criou das maiores fortunas de África"

O antigo presidente de Angola viveu um conjunto de etapas de grandes tragédias em Angola, tendo começado a sua atividade política na luta contra colonialismo português. O político recordou que ele só foi eleito para o comité central já depois do 25 de abril de 1974 e foi presidente durante 38 anos, assumindo "um papel relevante na repressão interna do MPLA".

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